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Michell Foitte

michell_foittehotmail.com

Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta

CRP 12/07911


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De A a Zeus

Quarta, 13 de abril de 2016

Dizem que Deus está nas pequenas coisas. De fato, basta sair de carona com alguém que está começando a dirigir e quando esse aprendiz arrancar o pequeno retrovisor do carro estacionado a sua direita você verá que Deus aparecerá em suas palavras, ou em seus pensamentos, ou em ambos, tanto faz, é o que vier mais rápido... “Meus Deus”, e o retrovisor do carro desaparecerá por uma questão de providência, divina, logicamente. Deus é um tanto quanto impiedoso com essas ornamentações humanas, mesmo que sejam espelhinhos aderidos aos automóveis.

Deus se apresenta de várias formas. Apareceu para mim um dia desses. Tudo bem! Eu não vi Deus, mas a sua personificação... Está bem! Também não vi a sua aparência, mas, pude concluir que Ele me visitou através de um cupim. Sim, um cupim. Desses mesmos que comem madeiras e afins. Estão duvidando? Sei que parece estranho, mas, provavelmente já ouviram falar da transfiguração? Transmudação? Transubstanciação? Em Exibicionismo? Pois então... O cara é meio o David Copperfield das metafísicas. O altíssimo não apenas me visitou como também deixou um recado, explico.

Revisitava um dos livros que se encontrava no livreiro, do Jon Cleary, e quando o puxei para fora percebi que ao lado dele estava o primeiro volume da enciclopédia, furada.

Saquei o volume I furado e logo percebi que o II foi acometido de igual circunferência, e nas sequências o III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X... Todos estavam furados.

Percebi que Deus não perdoa nem os livros de cascas grossas. Engraçado foi encontrar uma edição da “NUA” que estava entre os volumes VII e VIII da enciclopédia intacta. Provavelmente, o supremo, apenas observou uma de suas maravilhosas criações. Não comeria tal beleza, pelo menos não com a boca, de um cupim, eu acho?

Discussões gastronômicas à parte vamos ao recado.

Percebi que os furos feitos pelo Deus cupim atravessava algumas letras de determinadas palavras e comecei a pensar que poderia ser um caminho para decifrar o tal recado.

No primeiro volume da enciclopédia que ia de A até B a palavra que foi alvejada foi “Ateu” e a letra comida foi a “A”.

Pensei que fosse um recado direto e proposital já que estava em dívida com minhas obrigações religiosas. Li que o significado para Ateu é aquele que não crê em Deus, ímpio. Ímpio foi deus devorando a enciclopédia, mas, Ele é onipresente e traça o que quiser e quem quiser. 

A próxima palavra que foi atacada foi a “Bisesdrúxulo”, que é a fonética em que o acento tônico recai na pré-antepenúltima sílaba.

O quê? – pensei – Bisesdrúxulo? Deus realmente come letras certas por palavras tortas. E a letra comida foi a “I”.

Tinha, portanto, duas letras, A e I, o que não significava muito até então, apenas o título de um filme norte americano.

Mas quando Deus atacou a “Bunda” e na sequência “Desdêmona” fiquei preocupado e imaginando que talvez ele tivesse poupado a edição da “NUA” para descontar toda sua ira ou... Libido... Nessas duas palavras. A bunda foi mordida na letra “N” e desdêmona foi comida no segundo “D”.

No volume II Deus foi para a “esbórnia”. O patrão tem direito, não é? – cogitei. Anos fazendo galáxias, destruindo planetas, esquecendo a torneira aberta como quem afoga pequenas formigas na pia e assim causando dilúvios. Era responsabilidades de mais. Deus poderia se divertir de vez em quando. Na esbórnia ficou com a saideira, a letra “A”.

Ele prosseguiu. Fez o Diabo – desculpe pelo trocadilho senhor – na enciclopédia. Foi do “Sambódromo” para o “Sexo”. Do “Crime” pro “Delito”. Do “Psicólogo” pra “Vagina”. Da “Ásia” pra “Oceania”. Da “Traqueorragia” para o “Zorro”. Ainda mordeu “Drácula”. Comeu “Micróbios”. Furou “Ninfetas”.

Quando chegou ao último volume da enciclopédia, no último furo, comecei a juntar as letras comidas como quem tenta decifrar um enigma, uma mensagem criptografada.

A+I+N+D+A... Foi a primeira palavra que apareceu. Em seguida N+Ã+O. Depois que completei todas as letras e assim formando as palavras, fiquei surpreso. Deus escreveu assim:

“Ainda não encontrei o que queria. Fui pesquisar no Google.”

Perplexo, ri!

Ri na possibilidade de Deus ser um grande comediante. Mas, por precaução, passei o antivírus no computador. 



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