Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Pouco a pouco as luzes se apagam.
O dia dorme, sonha, faz amor.
Pouco a pouco as luzes se apagam nas tardes de outono.
O dia morre no final do céu numa explosão fímbria da aurora.
A lua ao longe sobe a terra, silenciosa com sua face leve e alva para
despertar fatalmente de seu sono sombrio.
Sono e sombras de um nada.
Pouco a pouco as luzes se apagam.
As pessoas dormem, sonham, fazem amor.
Pouco a pouco as luzes se apagam nas tardes de outono que brinda sua face lívida.
É verbo, vinho, vida... Até a exaustão de um orgasmo nos véus dos seios
da lua láctea.
É lua nova.
Rosa cósmica.
De flor em sonhos.
O sol morre em meus olhos como um rosto semelhante a cada dia.
Já é primavera em outro hemisfério.
E como uma filha que me beija trazendo seus cachos de flores
em suas mãos nessas tardes de outono...
Pouco a pouco as luzes se apagam, o dia dorme, sonha, faz amor, ao cair das folhas.