Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Mário César Pacheco
1. Indrodução
Uma sociedade se constrói a partir da vida de grandes individualidades. Não grandes porque alguém as fez grandes, mas grandes que se fizeram grande por lutas e esforços próprios. Aquelas individualidades que alguém fabricou não são e nunca foram grandes. Podem até ser, e geralmente o são, perigosas ao convívio social. Aliás, nem individualidades o são. Chegam a ser meras personalidades, pois são nada mais do que "persona": aquele através do qual soa, badala, alguém outro. Segundo a expressão da língua latina para os mascarados que representavam um papel nos teatros, mas não a sua própria vida.
Vamos, a partir de hoje, nesta coluna, ver mais uma vida que se construiu a partir do quase nada e desabrochou numa grande individualidade. Já que o homem, segundo nosso poeta Castro Alves, nasceu para crescer, criar, subir e, segundo o exemplo de Cristo, é preciso que cada qual cresça em graça e sabedoria diante de Deus e dos homens. Diz igualmente o ditado popular: "Cresça e apareça". Cada luz deve ser posta, não sob a mesa, mas sobre ela para que ilumine a vida de todos. Cada qual tem, e pode mais ter, sua luz própria. Basta, para isso, querer e lutar e sempre mais ser.
2. Ascendentes
Mário César Pacheco é filho de Alzírio Pacheco e de Nilza Regina da Silva Pacheco. Seu pai era empregado manual, dos mais humildes, no Departamento de Estradas de Rodagem (DER), onde iniciou como simples limpador manual de valetas para, anos depois, ser promovido à manobrista de máquina e, finalmente, terminar como chofer de caminhão. O pai era o grande amigo de seus filhos Mário César e de Valter José. Eles os orientava e ajudava sem parar. Mário diz que a vida de seu pai tinha apenas três funções principais: o trabalho, a família e a igreja. Na igreja ele era ministro da Eucaristia. Feliz da família que tem um pai assim. Mas Mário César Pacheco lamenta muito que seu pai faleceu muito cedo, com apenas 48 anos de idade. Ele, o Mário, sofreu muito com isso e até hoje sofre e precisa acionar suas defesas mentais.
A sua mãe, felizmente ainda vive, foi professora e diretora escolar de grande destaque, hoje aposentada. Igualmente ativa líder comunitária e digna esposa de seu marido e mãe primorosa de seus filhos.
Mário César Pacheco nasceu a 9 de novembro de 1956 em Canelinha, no Bairro do Moura, no pé da Serra. Lugar pobre.
3. Infância (Continua próxima edição)