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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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Prata da Casa - Eliana Kerecz Grahl (continuação)

Segunda, 16 de maio de 2011

Finalmente sabem do pai

Eliana continuou sua dura faina de mãe e provedora da família. Estudar, criar os filhos, trabalhar em regime escolar de quarenta horas e até mesmo sessenta horas semanais não lhe era tarefa fácil. Ela e seus filhos rezavam para superar a dor e hoje ainda rezam, mas agradecendo por tê-la superado.

E deu-se que Eliana ainda perdeu seu maior ombro amigo, a mãe que falecera a 7 de janeiro de 1986, de câncer no fígado, com apenas 57 anos de idade. Assim essa mãe livrou-se da dor de ver sua filha amada e seus netos sofrerem tanto.

Os anos se foram passando e os poucos curiosos que constantemente abordavam os filhos e sua mãe, a Eliana, perguntavam se o pai já voltou ou quando voltará. De tanto que perguntavam, certo dia, o filho mais velho recusou-se a sair de casa para evitar o terrível questionamento que tanto o abalava.

Eis que, depois de muita procura e espera, receberam notícias dele. Após aproximadamente três anos um caminhoneiro que havia viajado até Manaus trouxe notícias do desaparecido. O havia encontrado e conversado com ele. Pouco contou sobre ele. O que mais enfatizou é que ele chorava muito durante a conversa.

Após este fato, Eliana conseguiu localizá-lo e ouviu suas explicações e a promessa de volta, muito em breve. Também nesta conversa ficaram combinados o dia e a hora em que ele ligaria para a escola para conversar com os filhos, pois não possuíam telefone residencial. E ligou, o professor João Adilson testemunhou o fato. Foi ele quem acalmou a todos da profundíssima emoção, pois parecia um milagre. Foi a única vez que falaram com ele. Infelizmente os anos continuaram passando e o pai e esposo não voltou jamais.

Novamente, após longos anos, eis que Vilson, o pai, liga para a casa do vizinho pedindo para falar com os filhos. Mas por ser tarde da noite, ficou combinado para ele ligaria de manhã. Era a semana de Natal, mãe e filhos, haviam ficado até tarde da noite pintando bolachas de Natal como uma forma de aumentar a renda, mas nem outro dia cedo e nunca mais a ligação foi realizada.

Foram dez anos de muita espera. Foram 3.650 dias de muita súplica e oração. Durante esses longos anos muita coisa mudou na vida de Eliana. Os filhos cresceram, faculdade e após-graduação foram metas atingidas. Agora já sobrava um pouco mais do salário dela para as despesas da casa. A dureza da miséria se tornou mais amena e os amigos de profissão e os vizinhos de bom coração já não precisavam mais auxiliá-la. Bem como as boas irmãs que nunca a abandonaram e a ajudavam em tudo que podiam, atendendo seus filhos para que ela pudesse estudar e trabalhar, contribuindo com alimentos, empréstimos em dinheiro e presença constante principalmente quando os filhos adoeciam. Diz Eliana: "Não sinto vergonha de confessar que vivemos momentos de extrema miséria, mas sinto obrigação de agradecer a todos que enxergaram a nossa necessidade, se compadeceram e nos auxiliaram. Meu eterno reconhecimento".



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