Prata da Casa - Eliana Kerecz Grahl (continuação)

Experiência educacional

"É preciso ser luz, ser caminho, descruzar os braços e ter muita vontade de mudar. Deus conta com cada um, mas com certeza conta muito mais com o mestre; como quem estudou, preparou-se e tem como matéria-prima do seu trabalho a mais nobre criação de Deus: o homem que é sensível, que ama e quer ser amado e que conta com o próximo. Portanto, a relação entre professor e aluno deve ser franca, clara, envolvente e para isso é preciso usar de muita sensibilidade e sabedoria. Não basta o conhecimento da ciência, é preciso ter a capacidade de fazer o aluno sair da escola com uma visão ampla e diversa, rumo às inúmeras oportunidades que o aguardam no mundo fora do ambiente escolar", diz Eliane.

Família

Diz Eliane: "Como processo vital, nada ocorre desvinculado. No decorrer das minhas lidas profissionais muitos acontecimentos felizes e menos felizes ocorreram na vida cotidiana. A exemplo da maioria das mulheres sempre tive o sonho de casar-me e ser mãe. Sonho realizado".

E foi a 16 de fevereiro de1980 que, numa simples cerimônia, na presença de testemunhas e um pequeno grupo de amigos, que ela disse o sim a seu sonho. Foi na igreja do pequeno município de Itaiópolis que, tendo Deus por maior testemunha, ela firmou o seu compromisso de fiel esposa na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separasse, mas ela foi bem além disso. A morte do cônjuge veio e ela não se desvinculou do compromisso.

Ser fiel, ser companheira, ser esposa e ser mãe é dádiva de quem ama - e ama muito. Este sonho teve altos e baixos: Vilson, homem que ela escolheu para ser seu esposo e pai dos seus filhos, acabou não sendo o homem que ela sonhou. Não possuía vícios, era trabalhador, muito alegre, carinhoso com ela e com os filhos, mas não foi homem suficiente para assumir o grande compromisso de esposo e pai.

Desta união nasceram três filhos: Éder, Hugo e Thiago. Todos planejados, aguardados e recebidos com amor e carinho. Na vida a dois nem tudo era tão maravilhoso. A incerteza pairava...

A grande decepção

O esposo, não diferente de tantos homens, de vez em quando colocava em dúvida a relação conjugal. O sim dela foi verdadeiro, mas o dele, com certeza, não. Esta certeza concretizou-se em novembro de 1990, dez anos após o casamento, quando, sem explicação nenhuma, ele resolveu sair de casa e fazer a sua última viagem a Manaus, lugar de onde nunca mais voltou. Ele era caminhoneiro. Prometeu voltar no Natal do mesmo ano e nunca mais voltou.

Os anos mais tristes, mais difíceis e de muitas lágrimas iniciaram-se neste Natal. Filhos pequenos de apenas 3, 6 e 9 anos abandonados pelo pai que choravam e clamavam pelo papai que não os ouvia e nem dava notícias. A faculdade que a Eliana, mamãe dos três, havia iniciado foi concluída, apesar das dificuldades; mas agora, mais do que nunca, ela precisava ser forte, ser a mãe do Amor heróico e assim poder garantir o futuro dos filhos e a fidelidade jurada foi cumprida.