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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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Prata da Casa - Eliana Kerecz Grahl (continuação)

Quarta, 13 de abril de 2011

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 Na segunda série do magistério, Eliana estudou de manhã e trabalhava como operária safrista na Souza Cruz, em Rio Negro, no Paraná. Foi por causa do horário de aulas que teve de mudar de emprego. Trabalhava na Souza Cruz das 22:00 até às 6:00. Levava-se na própria empresa, para tirar o pó do fumo, bem como o forte cheiro, e se dirigia diretamente para a Escola Barão de Antonina de Mafra. Lá ela chegava por volta das 6:45, cochilava um pouco no corredor da escola até às 7:45, quando o sinal tocava e as aulas iniciavam.

Foi nesta época que ela fez também o concurso para servente. Quem quer progredir, é assim mesmo. Tem mesmo é que aproveitar cada ocasião. "A vida é um combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos, só pode exaltar". Eliana foi de vitória em vitória sem ter medo de sofrer.

Felizmente o dia de mais uma grande vitória chegou em dezembro de 1994: concluiu o Curso de Magistério. Para o orgulho de seus pais, agora ela era um professora formada. Isso, naquela época, era um grande passo. Eliana diz, com orgulho: "Foram sete anos incansáveis. Muitos quilômetros percorridos. Muitos e até cruéis obstáculos que venci, mas nunca esmoreci. Tinha um ideal a vencer e o venci".

Mas nem só de rosas são os caminhos; pois as rosas também têm os seus espinhos. Foi nesta época que Eliana sofreu com sua primeira decepção amorosa, mas, já acostumada a lutar e vencer, soube sufocar esta dor e continuar a luta. Tudo passa tão rápido e sempre há muito mais a se conquistar do que a perder. Há um ditado que diz: "Deus fecha uma porta e abre outras sete". Viver o que ela viveu naquela época de estudos e de ganho de seu próprio pão realmente não era fácil. A casa dos pais distanciava de Mafra mais de 50 quilômetros. Tudo o que ela enfrentou foi com pouca participação dos pais; pois, devido à distância, à precariedade das estradas do interior e às linhas de ônibus nem sempre regulares, ela ia para casa somente nos períodos de férias escolares, e isso quando não havia o trabalho no emprego normal, com o qual ela sustentava sua vida e ajudava suas irmãs.

Mas chegar, nas férias, ao aconchego do lar para o chamego de mamãe e de papai era sempre uma grande alegria. A vida do interior tinha algo de incomparável. O verde perfume das matas, a comida típica e os relacionamentos sem igual. Visitar parentes e amigos. Tomar o licorzinho de menta com o vovô Basílio. Isso tudo era lei. Por ser a neta mais velha, a primeira neta, os avós lhe tratavam com um jeito muito especial. Quanta saudade!

Quanto causo contava o vovô. Ouvi-lo era sempre muito bom. Das estradas que abriram na mata fechada para chegar ao destino. Era o início da colonização de Craveiro. Das dificuldades ao enfrentar os animais silvestres. Da carência, pois era o início de tudo. O vovô Basílio era um dos pioneiros a desbravar a mata para iniciarem a instalação e a formação da vila. Participar das missas era um ato muito solene. Havia, na igreja, o lado dos homens e o lado das mulheres. As crianças ocupavam o espaço da frente dos bancos e quase sempre em pé. Os bancos eram reservados para os mais velhos. O respeito na igreja era total. Que lindos cantos. E as orações...

Lembranças e mais lembranças, vida e mais vida, como é bom viver. Luta é a lei da vida, viver é lutar. Beleza e mais beleza, beleza é encantar, é viver e triunfar. Quem tem ideal não vê os espinhos a seus pés, mas as flores no além caminho.



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