Transformações nos costumes

Independência natural

Vemos no reino animal os filhotes serem criados e se desenvolvendo, de modo que depois têm total segurança em conquistar sua sobrevivência. O macho tem seu papel, a fêmea tem seu papel, e todos vivem em harmonia e de acordo do que necessita a natureza. No reino humano as coisas acabam sendo mais complexas. Pessoas dependem de outras sem necessidade, e o que muitas vezes é comentado é da mulher em relação ao companheiro ou marido. Num país de alta taxa de violência doméstica, bem como de muitas vezes independência financeira da mulher em relação ao homem, ainda existe o problema de apego emocional. Já Antônio Gasparetto repetiu em livros que o apego é diferente do amor. Quando o amor liberta e evolui, o apego faz sofrer e atrasa. Mesmo a mulher que evoluiu tanto, ainda se apega a companheiro muitas vezes sem qualquer relacionamento positivo, e assim sofre e se encontra em situação não natural, mas em um processo de destruição. O homem também precisa aprender a amar e que o desígnio espiritual é maior do que satisfazer prazer ou mesmo não ter responsabilidade. Fato é que antigos modelos de relacionamento não mais valem para todas as pessoas, e que a mudança de comportamento feminino requer reformas nesse sentido.

Nova moral

Em meus livros que escrevi sobre ética, já disse que acontece uma nova moral. Primeiro que tem de se diferenciar de ética, que já é o estudo de moral. Então, com uma nova ordem, ou uma nova Era, não mais se pode falar em dependência e escravidão da mulher em relação ao homem. Mesmo com as religiões tradicionais, que mandam a mulher servir e obedecer ao homem, não existe na prática qualquer confirmação desse costume. Existem sim até bispas nas igrejas. E mulheres pregando o evangelho, de tal modo que acaba que aquela ordem que era tida por natural, não era, mas sim um ponto de vista humano, onde homem mandava. No Japão existe ainda o costume da mulher obedecer, ou existia até tempos mais recentes. Mas é totalmente incompatível a nossa ordem legal e constitucional, que defende a igualdade de gênero, e onde a liberdade é essencial a democracia. E democracia não está apenas em se votar, mas está na escola, no trabalho e mesmo no lar.  Então a nova moral é onde se afirma a vontade de cada um, e onde não se pode uma vontade mudar outra, de forma impositiva. A nova moral coloca liberdades que antes não existiam, como a de relacionamento, diferente de antes, onde os casamentos eram arranjados, onde havia dotes e interesses mais econômicos e de propriedade, que o amor. Na nova moral o amor é a lei.

A segurança está em si mesmo

Por isso também uma moral coletiva não funciona, como a socialista/comunista. As pessoas têm uma vida para se afirmar, em suas qualidades individuais. Elas se associam de acordo com a vontade, e mesmo por amor. Logo, a crítica não é apenas ao governo, mas ao ponto de vista que este foi fundado. Também o não poder é uma impossibilidade, com a sua anarquia. Existe um poder natural, e esse ninguém pode negar. Logo não há anarquia. Os costumes assim seguem um padrão e esse está de acordo com leis que ainda precisam ser estudadas. O poder mental precisa ser levado em conta e uma fraternidade que garanta que cada um possa ter propriedade, numa função social, mas ao mesmo tempo que deixe este livre. E essa segurança é assim individual, de acordo com as qualidades de cada um. Disso resulta uma diferença natural, diversidade. Isso não pode ser tratamento desigual, mas também não é igualdade absoluta. O gênio da individualidade garante o humanismo e sua dignidade. E isso seria positivo se garantisse que cada um vivesse como quer. E costumes são diversificados, como mostrou filósofo Voltaire.