Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


Veja mais colunas de José Kormann, Dr. (Histórias da História)

Prata da Casa (Eliana Kerecz Grahl - continuação)

Segunda, 28 de fevereiro de 2011

1. Os primeiros dez anos

Eliana veio ao mundo na localidade interiorana de Graveiro, no município de Itaiópolis, no dia 1º de dezembro de 1954. Seus pais: Pedro Kerecz Sobrinho e Maria Oribka Kerecz. Era a primeira filha do casal e, portanto, segundo a ordem de nascimento; pragmática, isto é, decidida, resolvida, disposta e capaz de enfrentar todas as contrariedades da vida. E foi o que sempre soube fazer com profundo amor e forte dedicação, mesmo se arrostando rudes dores.

Moravam em uma casa conjugada: parte dela era residência da família e na outra funcionava a escola pública da localidade de Graveiro. As aulas ali funcionavam em dois turnos: um no período matutino e outro no período vespertino. Sempre a mãe lecionava num dos dois períodos.

Esta escola, com sua residência para o professor, situava-se num vasto terreno. Era um local bem num alto. A visão era simplesmente magnífica. Um privilégio para quem a pudesse contemplar sob este ângulo e encantar-se com tão linda paisagem diante das quais, hoje, já tão poucos sabem se extasiar. O maior espetáculo era, dali, admirar o nascer e o pôr do sol. À tarde era simplesmente maravilhoso ver o grande astro rei descambar lá no horizonte. Diz Eliana: "Esperávamos a passagem das nuvens para avistá-lo tão enorme e brilhante".

Eram as primeiras lições educativas recebidas diretamente da "Bíblia de Deus" que se fixavam na mente de Eliana. É a Pedagogia do Belo que o Criador pôs na natureza para que, contemplando e admirando, nós tivéssemos as primeiras lições da vida que são a base para todos os outros ensinamentos posteriores. Podemos imaginar o que não representasse, lá dessas alturas, uma noite de Lua Cheia.

Foi neste local que nasceram mais quatro crianças, os irmãos menores de Eliana: dois meninos e duas meninas.

Mamãe, no período da manhã, trabalhava como professora e à tarde auxiliava os pais nas lides agrícolas. Cultivavam tudo o que a terra podia produzir e o clima permitia que ali medrasse: trigo, centeio, cevada, feijão, arroz, aipim e muitas hortaliças.

Seguidamente as crianças acompanhavam os pais à roça e desde a mais tenra idade começavam a ajudar no amanho das plantas. É claro que também sobrava tempo para brincar. Isso é importante para toda criança, mas também aprender a trabalhar não faz mal para ninguém.

Um dos problemas sempre era chegar com as crianças ao local da plantação. O terreno agrícola da família distava nada menos de dez quilômetros da residência. O caminho era montanhoso, as estradas muito estreitas e, nas épocas de umidade, muito lamacentas. Quando o medo nos dominava, o papai percebia e parava a carroça. As crianças saltavam e a pé seguiam até o rancho da roça em que muitas vezes, além de passar o dia, se pernoitava.

Mas lá na roça a emoção reinava solta. Brincavam nos córregos. Comia-se daquilo que o pai cultivava. As panelas de ferro davam à comida aquele sabor especial. Antes de dormir se contavam histórias e estórias. Era do lobisomem, do boitatá, da mula sem cabeça, das almas penadas, dos índios que matavam os brancos e muitas histórias verídicas. Esses causos eram uma constante.

Antes de se deitar para dormir ainda se espiava pelas frestas do rancho só para ver se qualquer destas assombrações não estivesse cercando o rancho solitário na verde mata.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA