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Luciana Albino


Arquiteta & Urbanista

CREA/SC 105541-3


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Teoria das Janelas Quebradas, os “Olhos da Rua” e nossos jardins

Terça, 10 de junho de 2014

A teoria das janelas quebradas é um modelo norte-americano de política de segurança pública no enfrentamento e combate ao crime, tendo como visão fundamental a desordem como fator de elevação dos índices de criminalidade. Foi embasada por uma experiência realizada pela Universidade de Stanford (EUA): dois carros idênticos, da mesma marca, modelo e cor, foram abandonados na rua. Um no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, zona rica e tranquila da Califórnia. O carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Roubaram tudo o que fosse aproveitável e, o que não foi possível levar, foi destruído. Já o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto por uma semana, quando então os pesquisadores quebraram um vidro deste automóvel. Logo a seguir, foi desencadeado o mesmo processo ocorrido no Bronx: roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele deixado no bairro pobre. Questionou-se então: por que o vidro quebrado em um automóvel abandonado em um bairro supostamente seguro foi capaz de desencadear um processo delituoso? Concluiu-se que um vidro quebrado em um carro abandonado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. Faz supor que a lei encontra-se ausente, que naquele lugar não existem normas ou regras. A conclusão a que se chegou com essa experiência é que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

 

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Extrapolando-se essa teoria para um edifício, podemos supor que, se por alguma razão racha o vidro de uma janela e ninguém o repara, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais. Com um olhar mais macro, veremos que se uma comunidade exibe sinais de deterioração e se esse fato não importar a ninguém, isso fatalmente será fator de geração de delitos. A socióloga e escritora norteamericana Jane Jacobs, em um texto clássico do Urbanismo escrito em 1961, já apregoava que os moradores são os “olhos da rua”: segundo o texto, quanto mais olhares uma rua recebe, mais segurança ela terá.

Trazendo estas duas teorias para nosso dia-a-dia, podemos admitir que, quanto mais cuidarmos de nossas casas e arredores, maior segurança teremos em nossa volta. Faça o teste: quando procuramos arrumar nossa casa e consertar nosso jardim, estimulamos nossos vizinhos a fazerem o mesmo. É comum reparar que em uma rua, quando uma casa entra em reforma, outras começam também a serem arrumadas. É a Teoria das Janelas Quebradas funcionando da maneira inversa: um lugar agradável de se viver estimula a coletividade a manter a ordem e o cuidado.

Nossa sugestão para hoje, portanto, é: vamos cuidar de nossas casas, de nossos jardins, de nossas ruas! Vamos transformar nossos espaços em locais agradáveis de se viver, estimulando, ainda que inconscientemente, nossos vizinhos a fazerem o mesmo. E dessa forma criarmos um círculo virtuoso, aumentando o bem estar e a segurança de todos em nossa cidade!



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