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Cléverson Israel Minikovsky

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Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)

Advogado

Filósofo

Jornalista (DRT 3792/SC)


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Teologia do Cagaço

Quinta, 02 de julho de 2015

 

Muitas vezes o pregador, seja padre ou pastor, mais o pastor do que o padre, emprega uma teologia do cagaço, ou seja, tenta segurar o crente na Igreja pelo medo. Não raro vemos o pregador espancando verbalmente a noiva. A curto prazo até pode surtir o efeito desejado. Mas se for uma constante tem o condão de dispersar as pessoas. As pessoas vão à Igreja à procura de uma palavra de conforto e não de uma palavra dura. Já chega a dureza do vale de lágrimas. Não precisamos da dureza de nossos líderes religiosos. Se a Igreja é a noiva de Cristo, falar duramente à Igreja equivale a ofender a pessoa a quem Cristo mais ama. O noivo fica mais irritado com a ofensa que fazem contra a pessoa de sua noiva do que com a ofensa que fazem contra a sua própria pessoa. Não poderia ser diferente, Cristo é homem ao máximo quando o assunto é hombridade e, além disso, ele é cavalheiro. Ele vela pela integridade e pelo bem-estar de sua noiva. O discurso truculento e ofensivo do pregador é um sinal claríssimo e inescondível do seu desespero. Ele transforma sua insegurança em temor nos ouvintes. Mal percebe o pregador que contagia a assembleia toda com sua instabilidade. A teologia do cagaço é o corolário de desespero e insegurança. Esse discurso é muito empregado quando o pregador pensa que a Igreja acabará no dia de amanhã. As pessoas não devem sair da Igreja com as pernas bambas e o coração palpitante. Estas sensações desagradáveis é o mundo que proporciona e os fieis querem escapar justamente disso. A Igreja deve ser um lugar de paz. Se a Igreja não for um refúgio mas mais uma câmara de tensão então as pessoas começam a ponderar se vale à pena ou não congregar ali onde estão. O pregador fica instável e volátil geralmente quando não há acordo de vontades entre as próprias lideranças cristãs. E quem tem de deglutir o discurso violento é o fiel. Como ensina Buda, quando as coisas estiverem revoltas, como o fundo do leito de um rio revolvido que deixa a água barrenta, é de se esperar a correnteza levar a água suja embora e quando a água mansa e límpida retornar, aí sim, se deve flexionar sobre o tal assunto. No turbilhão nada pode ser resolvido. Aliás, Deus não está no furacão, nem na enchente, nem no terremoto, Ele está na brisa suave. Razão pela qual Deus não está no discurso da teologia do cagaço senão na qualidade de quem é negado ali. Jesus nunca precisou ser violento senão quando fizeram do Templo de seu Pai uma casa de comércio. Só neste caso e em nenhum outro. Jejum é importante, mas não deve ser conclamado na Igreja por um pastor que está com a cabeça quente. A maior virtude de um líder religioso é a constância. Nada convence tanto quanto a vida dar mil giros, tudo mudar de lugar e a religião cristã de sempre estar no mesmo endereço, no mesmo discurso e na mesma sintonia. Se algum atrativo há na Palavra de Deus ele reside justamente no fato de o mundo ser dinâmico e a religião e suas verdades sempre serem as mesmas. As pessoas ainda não se deram conta de que quando tudo muda de posição temos necessidade de algo firme e inabalável. Essa necessidade só vai ser desenvolvida quando as pessoas forem mais velhas. Se algum elemento positivo há no discurso duro ele se resume no fato de fazer com que permaneçam dentro da Igreja as pessoas mais fortes e mais constantes. A função da inconstância é fazer com que remanesça a constância. O discurso duro é o inverso do afeto, o que está na contramão do “Eu vos aliviarei”. Quem é pregador deve saber que para si “não há onde reclinar a cabeça”. E essa falta de apoio não pode restar conspícua na pregação. Todo o sofrimento do pastor não o autoriza a publicizar seus dilemas na pregação. Ele é desafiado a transmitir aos fiéis o que ele não tem para ele mesmo. Ser cristão é ser paciente. No sentido de receber em si uma série de inseguranças e sofrimentos sem ter de se rebelar contra o fato de ser o recebedor disto tudo. Santidade é sofrer calado. A teologia do cagaço é um discurso que vem da carne e não do espírito. E quem é cristão está enfastiado da carne, busca as coisas do espírito.



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