A voz dos anjos

A homilia diária do Papa no dia 02 de outubro foi no sentido de afirmar a existência dos santos anjos. Na Igreja o pastor evangélico costuma dizer que existem três vozes: a voz de Deus, que se manifesta através do Espírito Santo, a voz da consciência e a voz de satanás. Mas ainda há a voz dos anjos. Penso que um autêntico cristianismo deve recepcionar a correta ideia de que existem anjos e que eles nos guardam. Eles aparecem n vezes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O próprio Cristo por mais de uma vez faz menção a eles. Em certa prédica do Pastor João Xavier ele explicava o que via com olhos espirituais diante do gazofilácio: anjos recebem a oferta, voltam a face um para o outro, sorriem e enviam a oferta para o alto dos céus. Linhas esotéricas dizem inclusive que a raça de humanos nada mais é do que anjos que decaíram. Mas a linha mais ortodoxa não concorda com esta opinião. De toda forma, os anjos são seres puramente espirituais e nós participamos de dois mundos. Os anjos podem fazer coisas que nós não podemos e nós podemos fazer coisas que os anjos não podem. Mesmo para quem crê em anjos parece que a eles não podemos dirigir nossa oração, mas podemos conversar com eles e prestar gratidão, mas nunca orar. Porque as Sagradas Escrituras dizem explicitamente que “não há outro mediador entre Deus e os homens senão Jesus Cristo”. Devemos ter consideração, reverência e até alguma submissão aos anjos. Porque quem é protegido deve arcar-se ante o protetor. O fato de sempre estarmos acompanhados também denota não só que o Deus em Pessoa conhece todas as nossas ações e pensamentos, mas que o mundo espiritual tudo observa em nós, e promove a transmissão de nossa conduta ao plano espiritual. Não é bom deixar de acreditar nos anjos. Porque se a Igreja de Cristo omite certas verdades bíblicas o crente vai buscar essas coisas no terreiro de umbanda, no lar espírita, no salão da seicho-no-ie ou até mesmo numa lojinha de artefatos esotéricos. Os anjos não apenas existem, mas foram criados muito antes de nós. Uma das razões pelas quais fomos criados é de caráter estratégico: criar alguém menor que um anjo, porém semelhante a Deus. Porque esta é a máxima humilhação para os anjos rebeldes. Maximamente quando o Cristo Deus-Homem vence o pecado, a morte e a cruz. Se hoje pouco se crê em anjo isto se deve ao fato de que estamos pouco solícitos aos bons conselhos dos grandes amigos. Um espírito afável e compreensivo não dá as costas à sugestionabilidade das brisas sutis e suaves. Quem tem capacidade de ouvir a voz do Espírito Santo também está mais apto à oitiva das vozes angelicais. Quanto menos brutos formos e mais sensíveis, mais nos aproximaremos da realidade do espírito puro que é abstrato, solúvel, volátil e delicadíssimo. Os broncos também podem ser usados por Deus e aconselhados pelos anjos, mas o estar disponível para ser usado para as empreitadas do Reino de Deus é inegociável.