Mulher, protagonista de sua história!!! Hoje nossa convidada é Emilly Livramento

Série do Evolução que traz mulheres de São Bento do Sul e Região que se destacam em suas atuações, mulheres protagonistas de suas histórias, determinadas e grandes profissionais que são inspiração para pessoas como eu e você!!!

Nossa entrevistada é Emilly Livramento, 23 anos, professora graduada e pós-graduada na Escola Vila Luz Montessori, atua com Educação Infantil e Musicalização nessa escola

O que a levou a atividade que exerce?

Quando eu tinha cinco anos, estava frequentando o Jardim de Infância e rapidamente me apaixonei pela sala de aula, pela abordagem de ensino e pela professora. Desde lá fui crescendo com o sonho de me tornar professora, oras era com as crianças, oras era com os adolescentes. Independente a faixa etária, eu queria me tornar uma mestre. Admirava o trabalho dos professores e respeitava cada um nesse tempo. Ingressei para a graduação e a admiração e respeito aumentaram, aquela sabedoria, compaixão, tudo isso me motiva. 

Você está realizada no que faz?

Sou realizada na minha profissão desde o dia que fui chamada de mestre por uma tutora, mesmo não possuindo ainda a titulação de Mestre. Possuo apenas a titulação de pedagoga, ainda. 

Qual o maior desafio na sua profissão?

Quase tudo é encantador nessa profissão, mas quando alguém de fora tacha o professor como incapaz, inicia-se uma série de desafios que é um dos problemas do ensino atual. Seja na falta de reconhecimento, seja na falta de respeito por parte de muitos integrantes da sociedade. Mas a vida deve ser levada como o sorriso de uma criança.

O que gostaria de fazer que ainda não fez?

pular de paraquedas, voar de balão e entrar no congresso para discutir alguma pauta persistente. 

Sobre qual assunto você pode passar horas falando sem perceber? 

Posso passar horas falando sobre sociedade e seus desafios, história, física, ou seja, as maravilhas do mundo e a sua natureza não tão maravilhosa assim. Pois é, a natureza é cruel e encantadora ao mesmo tempo. 

Como gosta de aproveitar seu tempo livre?

Quando tenho tempo livre fico pensando nesses assuntos e esmiuçando alguma leitura ou partitura de uma música para violão.

Qual é a sua viagem dos sonhos?

Uma viagem dos sonhos é a passagem pela Austrália, conhecer suas praias, seus seres e demais.

Qual a experiência mais interessante que já teve na vida?

Uma das experiências mais interessantes que tive na vida foi quando eu fui convidada para falar sobre a graduação de pedagogia com os calouros. Enriqueceu inúmeras questões em mim, começando pelo respeito de alguns integrantes da sociedade e reconhecimento de trabalho.

Como seria um dia perfeito para você?

Um dia perfeito existe quando há sol, música, alunos, o trabalho deles e meu sendo realizado, e isso é uma forma de sucesso ter dias assim

O que significa sucesso para você? 

Ressignificando o conceito de sucesso, para mim é poder pensar, ensinar e despertar a admiração das pessoas.

Qual o maior preconceito enfrentado pelas mulheres profissionais?

O preconceito com as mulheres, independente a profissão, é a visão de fragilidade. Superficial na minha opinião, pois mostramos todos os dias a nossa força, mas a sociedade não gosta de mudanças, infelizmente, mal sabem que estão perdendo a sua sapiência.

Qual conselho você daria para você 10 anos atrás?

Um bom conselho que eu daria para mim dez anos atrás seria: respeite e ame seus pais e irmãos, e continue sonhando, vai dar tudo certo!

Uma mudança no mundo, qual seria?

Mudar o mundo... anseio dos jovens, de alguns mais velhos, mas na minha visão, o mundo não tem mudança. Posso ser radical, mas para mudar o mundo seria preciso resetar os 8 bilhões de humanos. Quem sabe haveria essa tal mudança. E vamos tirar a ideia da cabeça de que só a escola é a responsável por isso. Coitada da escola e da educação, sobra tudo pra ela e o trabalho que deve ser feito em casa e na rua é esquecido, apesar de ter sido instruído.

Como vê a desigualdade social em nosso País?

A desigualdade social em nosso país começa com a ascensão de que os pertencentes a classe média, alta ou baixa, acham que estão dentro da elite da sociedade. Classe média é classe trabalhadora, seja motorista, cozinheiro, seja arquiteto, dentista. Há outros aspectos também como a distribuição de lucros e um problema existente desde o período colonial com a escravidão, discriminação racial e demais. E como faz para mudar? É o mesmo problema da mudança no mundo, difícil. Ainda mais quando a classe média tem esse pensamento desorientado de que pertence ao topo da pirâmide.

E, as mulheres na política?

As mulheres na política. Tivemos um grande avanço em comparação com décadas anteriores, mas ainda há desfalques, devido à visão de homens e algumas mulheres, de que o nosso trabalho é frágil, não temos voz..., mas analiso que alguns movimentos ganham um grande poder e estrutura quando todas se juntam para se manifestar. Porém ainda há muito trabalho a ser feito em todos os setores da sociedade.

Quais as maiores dificuldades enfrentadas na sua carreira profissional?

A educação dos nossos jovens no futuro. Se não for feita com compaixão, visão e liberdade, vamos criar mais adultos deprimidos, frustrados, ansiosos e demais sintomas de alguém que não recebeu instruções mínimas de comportamento em sociedade e superações de acontecimentos. Infelizmente temos um sistema onde os alunos ainda são dispostos um atrás do outro, sentados por quatro horas em uma cadeira, apenas escutando e anotando. As pessoas precisam se sentar e anotar, mas precisam levantar, observar, fazer outros tipos de registros, esboçar oralmente suas ideias e aprendizado. Já temos escolas com essas visões, mas são poucas ainda.

Qual seu maior desafio para os próximos 5 anos?

O meu maior desafio para os próximos cinco anos talvez seja pronunciar as minhas ideias em sociedade na minha cidade. A cidade que habito é conservadora, mente fechada para pessoas com ideias diferentes daquilo que estão acostumados a seguir. Sou tachada de louca, depreciativa. Antes eu me frustrava com essas palavras, hoje não, porém ainda sinto que terei grandes desafios nesse quesito pela frente. E isso se encaixa com os preconceitos de uma forma geral. Essa mente fechada e ignorante de olhar um casal homoafetivo e se incomodar, como se eles fossem os responsáveis pelo pagamento das contas desse revoltado e agora que esse casal se juntou, ele não terá alguém pagando suas contas. Uma comparação simples, pode ser considerada como besta, mas só pode ser por essa razão que esse pessoal tem preconceitos diversos. 

Preconceitos de uma forma geral?

Honestamente falando, eu não entendo a mente de uma pessoa preconceituosa, seja em qualquer âmbito. Isso pode estar ligado à uma herança fragilizada dos nossos antepassados, muitos vindos da Europa. Na questão homoafetiva, há muito tempo quando as pessoas quando começaram a construir família elas perceberam que para gerar outro ser era preciso ter duas pessoas do sexo oposto, com isso começou a ideia de que somente homem e mulher podem se relacionar, além de toda aquela encrenca com a igreja. Enfim. Os outros tipos de preconceito eu também não entendo o que tem na mente de uma pessoa assim.

Uma saudades?

E para finalizar, uma saudade. Há inúmeras na verdade, principalmente os momentos vividos na infância. Eu me recordo de assistir bons desenhos como: Historinhas de Dragões, Timothy vai à escola... desenhos educativos e nostálgicos de uma tarde com bolinhos de chuva. Saudade também das brincadeiras ao ar livre, escola, e da espera pelo Papai Noel.

Crescemos e tudo muda, seja para melhor, seja para pior. Basta olharmos para a sociedade e analisarmos. Cresci na imersão de bons costumes, leituras e tutores, quero levar isso para a vida, admirando pessoas e quem sabe sendo admirada.