Carioca criada em Joinville, morando algum tempo em São Bento do Sul e Florianópolis.
Sou vegetariana desde os dezessete anos e recentemente me mudei para a terra do churrasco (Pelotas - RS), onde faço graduação em biotecnologia. Gosto de arte, cultura geral, animais domésticos, psiclogia, história e filosofia. Gosto de algumas pessoas também. Aprecio culinária japonesa... mas tem que ser sem carne. Gosto de escrever, desenhar, conversar, tocar violão, perder tempo na internet e dormir.
A grafia mais atual substitui as letras maiúsculas, posteriores à letra inicial de um título por letras minúsculas, segundo meu último professor de redação. Mas aqui é algo maior que uma redação de vestibular. Trata-se de uma homenagem ao vigia noturno mais carinhoso e confiável que poderia existir: o cachorro. Mais especificamente, o meu cachorro, que esta semana completou nove anos de vida.
Chegou aqui filhote, aos três meses. Ganhou o nome de um cientista, apenas por ser "diferente" e "bonitinho para cachorro". O nome de um observador dos astros, que por pouco não se tornou uma das coisas que o cão em questão mais admira: churrasco.
Seus dentes e sua curiosidade destruíram chinelos, pesos de porta e qualquer objeto indefeso que estivesse a menos de setenta centímetros de altura. Ativo e sociável, estava sempre motivado a correr e ter contato com outros seres vivos.
O cachorrinho cresceu e conheceu fêmeas, mas a vida o fez celibatário. Sobreviveu a sessões de vacinação, banhos e tosas em pet shop e até mesmo uma "vasectomia canina". E em sua existência de busca, ele peregrinou pelas ruas, descobrindo plantas, cheiros e outros animais. Viajou com sua família adotiva, atravessou quilômetros de carro e mantém o hábito de, como um monge, meditar e contemplar a natureza, além de observar atentamente atividades humanas (especialmente aquelas envolvendo qualquer tipo de alimento contendo açúcar ou carne). Suas experiências e sua índole tornaram-no um animal evoluído e hoje ele convive harmoniosamente com duas felinas que recentemente vieram para o seu lar.
Seu expediente não tem horário certo para começar ou terminar. É um trabalho voluntário e extenuante (o que não significa que ele não ganhe nada em troca, ou não tenha tempo de dormir durante boa parte do dia), mas até sua velhice, o cão mostrava-se sempre disposto a acompanhar humanos em suas caminhadas ou passeios de bicicleta. Como bom anfitrião, gosta de cumprimentar as visitas no momento em que chegam ao portão, além de acompanhá-las até o mesmo na saída. E por mais tarde que se chegue em casa, ele está à disposição. Atento e barulhento, como sempre foi.
E aqui fica uma homenagem simples a ele que provavelmente não lê o blog, nem gosta muito de abraços. Mas é o "melhor amigo do homem". E da mulher. E das fêmeas.. e de qualquer um que se dispuser a aceitá-lo. Como disse John Grogan, autor de Marley & Eu: "dê a um cão o seu coração e ele lhe dará o dele".