Estação frio

Período de muita reclamação. Pessoas completamente "embrulhadas" em roupas e adereços de inverno, buscando manter ao menos uma agradável temperatura corporal.

Chegou a época de literalmente descer das prateleiras os casacões, botas, meias de lã, polainas, luvas, cachecóis, toucas e tudo que auxilie no amenizar efeitos da baixa temperatura.

Em casa são cobertas, mantas, aquecedores, sistemas de ar quente, calefação, sopas, mingaus, cafés, chás, chocolate quente. Um bom vinho e fogo na lareira também caem bem.

Carros com ar condicionado e dificuldades para limpeza dos vidros e uso dos espelhos.

Chuva, umidade, sol que aparece pouco, vento constante e, pela manhã, geada. Branca como véu de noiva, fria como água de poço, linda como cartão postal.

Se não nos ativermos ao lado problemático, em que a saúde passa por provações com resfriados, gripes, viroses, implicações respiratórias, pneumonias e mais, do outro, encontramos simplesmente a magia. O visual nos faz lembrar a velha Europa e seus paraísos cobertos de neve. A oportunidade para reflexão sobre as várias faces da natureza. É momento, que podemos mergulhar em nosso interior e concluir que somos semelhantes às estações do ano.

E é no inverno que se instala o recolhimento. Aproveitando o embalo, façamos isso. Devemos buscar um sadio isolamento e providenciar uma reavaliação interna.

Que a geada emocional queime inutilidades. Que o telhado protetor guarde, em segurança, preciosidades. A morte de elementos nocivos prepara a terra para nova semeadura. Permite o brotar de plantas mais viçosas.

A temporada em questão é tanto útil como incômoda, depende do ponto de vista. Como não podemos nos furtar dela, usêmo-la para nosso próprio crescimento.

O lado difícil se resolve com cuidado e proteção constantes. Quem muito se expõe, sem precauções, adoece. O lado encantador é a ponte que se ergue para autoanálise e após demolições no eu, construções melhor elaboradas surgem, visando o passar bem nas outras estações.

Que o inverno nos seja, no mínimo, motivo de entrada em partes de nosso inconsciente, com saídas certamente propulsoras de comportamentos diferenciados, inovadores e para todos, muito melhores.