Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Fim de festa. Terminam as férias. Horário de verão. Carnaval. Sabemos que o Brasil definitivamente acorda para uma nova realidade. A de enfrentar um ano sem outras desculpas de parar por isso ou aquilo. Logo depois também finda o verão. É um efeito cascata que nos aproxima cada vez mais da equação: trabalho X trabalho = trabalho dobrado.
Enfim, essa é a lei da existência. Produzir e descansar, numa ordem em que o bom senso deve prevalecer.
A quarta-feira de cinzas marca também o início de um processo em que o empenho em redirecionarmos questões espirituais deve se instalar.
São os quarenta dias que antecedem à Páscoa. Aí podemos nos dedicar a uma limpeza interior. Afinal, quando falamos em um Homem que andou tantos dias pelo deserto, sabemos que na verdade foram caminhos pelo seu Eu. É onde, solitários, percorremos nossa aridez interna.
Tudo isso objetivando um retornar. Um ressurgir. Um ressuscitar. E devemos fazê-lo nos apresentando de forma melhor e com algo diferente do cotidiano para ofertar ao mundo e ao próximo.
É por isso que a Páscoa é a ordem do reaparecer em roupagem limpa, bem intencionada e com elevação de alma.
Que o período da Quaresma nos seja útil para melhorias enquanto pessoas buscando aprimoramento. Que possamos, ao final, nos vermos menos egoístas e com fortes nuances altruístas.
Que a Quaresma em seu fim último nos torne seres com sentimentos nobres como a compaixão e o amor incondicional.
Se ao término do período percebermos nosso coração dotado de maior sensibilidade, valeu a semente. Pois já começou a brotar e mostrar seus efeitos benéficos.
Usemos tal momento para nos tornarmos gente pelo menos um pouco melhor...