Depois de uma semana tensa entre o Congresso e o Ministério da Fazenda em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu intervir e tentar impedir que a crise evolua. Ao contrário do que esperava a equipe econômica, Lula fez afagos não ao ministro Fernando Haddad, mas sim ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu a entender que os deputados derrubariam o aumento do IOF se o governo não recuasse. Em um evento em Brasília, Lula deu razão às reclamações de Motta e disse que o governo não pode tomar uma decisão e só depois comunicar a seus aliados: “O certo é a gente chamar as pessoas para tomar decisão junto com a gente”. Ele ainda elogiou abertamente o presidente da Câmara: “Quero cumprimentar nosso querido deputado Hugo Motta. Considero você uma novidade na política brasileira”, afirmou o presidente. Lula e Motta compareceram juntos à convenção nacional do PSB, na qual o prefeito de Recife, João Campos, assumiu a presidência do partido. (UOL e g1)
O presidente da República reclamou ainda da interferência americana na política brasileira ao citar as possíveis sanções que os Estados Unidos poderiam aplicar ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ao final, Lula afirmou que os partidos de centro-esquerda precisam se unir para impedir que a extrema-direita conquiste a maioria no Senado nas eleições de 2026: “Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte”. (Globo)
O aumento do IOF já impacta a previsão do futuro da Selic no país. Analistas do mercado financeiro ouvidos pela Folha dizem que a taxa de juros vai se manter no patamar de 14,75% pelo menos até o ano que vem. Além do aumento do imposto, o ritmo aquecido da atividade econômica segue criando pressão inflacionária e impedindo uma redução na taxa básica a curto prazo. (Folha)
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