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Faltam profissionais da área médica

Quinta, 17 de junho de 2021

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Durante a reunião desta quinta-feira (17) do Comitê de Crise da Covid-19 em São Bento do Sul, tanto a Secretaria de Saúde quanto o Hospital e Maternidade Sagrada Família lamentam a falta de pessoal para atuar no enfrentamento à pandemia na cidade. Um dos pontos destacados é que há recursos financeiros para ampliar o atendimento, mas não existem profissionais disponíveis.

Conforme o diretor geral do Sagrada Família, Oscar Júnior, para ativação de novos leitos de UTI, por exemplo, são necessários mais 12 profissionais, sendo quatro enfermeiros, quatro técnicos em enfermagem e quatro fisioterapeutas. Sem isso, não há como pensar na ampliação. “O problema não é verba”, garante.

Além da falta de profissionais para contratação, a unidade enfrenta problema com afastamento de colaboradores. Dos 345 funcionários, 33 estão afastados do trabalho por motivos diversos, não apenas Covid-19. Número representa quase 10% do total e por se tratar de um local que trabalha 24 horas por dia e devido à escala diferenciada em relação a outros empreendimentos, as equipes remanescentes estão trabalhando acima do limite, gerando estresse e cansaço. “Isso nos preocupa porque tínhamos em média 20 colaboradores afastados e agora chegamos a este recorde”, disse.

Oscar explicou que até há alguns dias existiam, oficializados no sistema de regulação, 12 leitos de UTI, e atualmente são 10. Mas para manter todos ativos, houve incremento nas horas-extras dos profissionais em 50%, mas hoje este tipo de procedimento não é mais possível justamente devido ao desgaste dos profissionais.

Mas, a redução não significa que houve fechamento de leitos de UTI em São Bento do Sul. Somando-se os leitos existentes fora do sistema de regulação, no Sagrada Família são 17 os leitos considerados em condições de UTI. O hospital também possui 18 respiradores artificiais.

Conforme o diretor do hospital, um fato que tem chamado a atenção nos últimos dias é o aumento de casos envolvendo outras doenças, não só a Covid. Aliado a isso, houve aumento nos atendimentos via SUS nos últimos dias, sendo que somente na quarta-feira foram atendidos no Sagrada Família 198 pessoas.

Testagem – Um dos pedidos do prefeito Antonio Tomazini durante a reunião do comitê é para que seja intensificada a testagem de pacientes por parte do Sagrada Família. Atualmente, como explicou a médica responsável pelo monitoramento da Secretaria de Saúde, Andréia Duvoisin, todos os pacientes que procuram as centrais de Covid são testados, mas no caso do hospital, somente os que ficam internados são submetidos a testes.

Tomazini quer que todos os pacientes que passem a procurar o hospital com sintomas gripais sejam testados para Covid, inclusive diz que a Secretaria de Saúde vai repassar mais recursos para que o Sagrada Família possa ampliar o número de testes. “Temos que saber o real número de infectados”, destacou.

Monitoramento – A médica Andréia Duvoisin também apresentou números referentes aos atendimentos em São Bento do Sul. Como se previa, o feriado de Corpus Christi fez aumentar os casos e acelerou as mortes. “Sempre depois de feriados temos esses picos nos casos”, destacou, sendo a maior parte pacientes com idade entre 20 e 60 anos.

Conforme os números apresentados pela médica, a vacinação têm surtido efeito não somente em relação à Covid, mas também quanto às síndromes gripais, com redução de registros em pacientes na faixa etária mais velha, os primeiros a serem imunizados. Ela voltou a pedir para que as pessoas com sintomas não deixem para procurar ajuda médica muito tarde, pois isso tem agravado os casos. “Muitos dizem que é pela demora em ser atendido, mas isso não tem como ser diferente, pois a consulta é demorada e a higienização do local deve ser feita para evitar que quem não tenha Covid se contamine”, explicou.

Segundo a secretária de Saúde, Carmen Binotto, nos dois centros de Covid de São Bento do Sul (Serra Alta e Vila 1º de Maio), de 1 de junho até quarta-feira, 1.776 pessoas foram atendidas. Devido à grande procura, Andréia ainda lembra que muitos dos profissionais da pasta também estão cansados.

Educação – O secretário de Educação, Josias Terres, também lembrou que toda a rede municipal já está pronta para receber de forma presencial na segunda-feira (21) as turmas maternais e no dia 28, as turmas dos berçários.

Quanto às falta de profissionais do setor para vacinação no fim de semana, Josias explicou que o problema não envolve a rede municipal, pois os profissionais já foram imunizados. Ele explicou que no fim de semana estavam programados para serem vacinados os profissionais ligados a escolas da rede estadual, universidades e centros técnicos de São Bento do Sul. “Da nossa parte está tudo tranquilo e temos mantido um ótimo trabalho em conjunto com a Secretaria de Saúde”, destacou.

Sem liberações – A presidente da Câmara de Vereadores, Carla Hofmann, apresentou ao comitê o projeto de lei do vereador Paulo Zwiefka, o qual pretende liberar a prática esportiva no município. Carla explicou que na sessão de segunda-feira o tema vai para leitura em plenário, podendo ser votado nos próximos dias.

Porém, para os integrantes do comitê não seria o momento de liberação dos esportes coletivos. O delegado regional, Odair Rogério Sobreira Xavier, diz que antes de se liberar as atividades esportivas deveria existir uma forma de saber com antecedência locais e horários para facilitar a fiscalização, assim como é necessário o cumprimento de todas as regras de segurança. “Para não virar bagunça como ocorre em algumas cidades da vizinhança”, disse.

A médica Andréia Duvoisin também comentou ser contrária neste momento à liberação de esportes coletivos. Para ela, atividades individuais como caminhada e corrida podem ser feitas, mas quanto ao futebol, a preocupação é em relação ao contato físico e às festas que costumam ocorrer depois. “Não vejo sentido neste momento do esporte coletivo”, reforçou.

O promotor Djônata Winter também vê com preocupação a liberação da prática esportiva no momento atual, pois a situação de São Bento do Sul é alarmante em relação aos números no hospital. “Liberar pode passar uma mensagem equivocada à população”, disse.

Ele lembrou que os dados mostram que a região como um todo vive um momento de esgotamento de pessoal e de estrutura, e qualquer tipo de liberação preocupa. Winter ainda cita as confraternizações após o futebol, gerando aglomerações. O promotor de Justiça também citou casos de cidades vizinhas e especialmente do litoral que não se preocupam em conter a pandemia. “Não podemos olhar o mau exemplo dos outros”, disse.

Conforme o promotor, as pessoas vão para outras cidades onde as regras não são cumpridas, mas se esquecem que depois elas voltam para São Bento, onde então o problema ocorre.

Quem também comentou o caso foi o promotor Marcos Schlickmann Alberton, citando que algumas semanas de prazo entre a tramitação do projeto na Câmara de Vereadores e sua publicação como lei podem ser importantes.

A diretora do Centro de Vigilância à Saúde, Silvana Bianco Bauer, disse que por pelo menos mais duas semanas o comitê não deve tratar sobre qualquer tipo de liberação de atividades em São Bento do Sul, sejam esportivas ou mesmo de música ao vivo em bares, lanchonetes e restaurantes.

Fiscalização – Silvane ainda falou sobre o trabalho de fiscalização que vem sendo feito em parceria com os órgãos de segurança, especialmente nos fins de semana, combatendo eventos clandestinos. O delegado Sobreira ainda lembrou que esta é a primeira semana após a publicação da nova lei com punições mais pesadas em São Bento do Sul para quem desrespeitar as regras, e uma força-tarefa está sendo organizada para circular no município a fim de coibir eventos clandestinos.

O major Gean Carlo Denk, da Polícia Militar, apresentou alguns números de atendimentos da corporação ligados à pandemia. Desde o ano passado foram mais de 4 mil ocorrências, sendo que de fevereiro para cá são 764 verificações e destas, em apenas 11 foram encontradas irregularidades. Três estabelecimentos tiveram seu fechamento determinado por uma hora, e houve duas interdições. Ao todo, 92 pessoas respondem a termos por desrespeito às regras e duas foram presas.

Exames – Um dos pedidos feitos pelo presidente da Acisbs, Júlio César Teixeira, é para que sejam encontrados meios de baratear o custo dos testes para Covid-19 no município, pois os laboratórios cobram entre R$ 210 e 280. Com isso ele acredita que facilitaria para as empresas custearem testes aos seus colaboradores com suspeita da doença.

Mas, para a médica responsável pelo monitoramento, Andréia Duvoisin, esta questão precisa ser muito bem alinhada, pois existem dias certos para a coleta dos exames e independentemente de ter ou não resultado, estes pacientes precisam ser monitorados para evitar agravamento de possíveis doenças ou mesmo contaminar outras pessoa. “Esta é uma questão que precisa ser muito bem alinhada antes”, ponderou.

O comitê volta a se reunir na próxima semana para avaliar os números e tratar de questões envolvendo a pandemia no município.



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