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Taxa de ocupação do hospital segue alta

Sexta, 28 de maio de 2021

Nesta quinta-feira (27) ocorreu mais uma reunião semanal do comitê de crise da Covid-19 em São Bento do Sul. Em pauta, a situação do Hospital e Maternidade Sagrada Família, a evolução dos casos, monitoramento e óbitos, vacinação, a intensificação da fiscalização e as campanhas de conscientização e prevenção.

De acordo com o superintendente do hospital, Renato Figueiredo, nos últimos sete dias ocorreram três mortes na unidade em decorrência da Covid-19 e todos eram pacientes de São Bento do Sul. No momento da reunião ainda estavam ocupados todos os 12 leitos de UTI, sendo que 10 são pacientes com confirmação de Covid. “Na enfermaria o número também é alto, com 25 pacientes com confirmação para a doença e um caso suspeito aguardando resultado de exame. Considerando outros casos internados, praticamente todos os leitos do Sagrada Família estavam ocupados naquele momento”, disse.

Ainda segundo Figueiredo, a taxa de ocupação geral do hospital tem se mantido acima dos 90% há algumas semanas e a preocupação é porque muitos dos pacientes que chegam ao hospital com Covid-19 já estão com o quadro avançado da doença, em situações mais graves.

Outro problema enfrentado pelo hospital é o afastamento de funcionários. “Nesta quinta-feira, 26 colaboradores estavam sem trabalhar, não necessariamente por estarem com Covid, mas devido a sintomas gripais ou contatos com familiares suspeitos. Há ainda as gestantes que tiveram que se afastar por conta da nova lei do governo federal, entre elas uma farmacêutica e algumas técnicas em enfermagem”, comentou Renato.

Este tipo de situação não é exclusiva do hospital. Conforme a secretária de Saúde, Carmen Binotto, duas médicas tiveram que se afastar do trabalho presencial por estarem gestantes. Uma delas é neurologista, mas está atendendo os pacientes por meio de telemedicina, e outra era uma das profissionais da Central de Covid da Vila 1º de Maio. “Como está em casa ela está auxiliando agora na emissão dos atestados para pessoas com comorbidades poderem se vacinar contra a Covid-19”, disse.

Carmen também falou sobre a reunião realizada nesta semana com representantes da Secretaria de Estado da Saúde, repassando a situação enfrentada em São Bento do Sul e na região. De acordo com a secretária, lamentavelmente o governo estadual não olhava a região de uma forma correta. Os números eram analisados com base em Joinville, uma realidade bastante diferente do Planalto Norte. “Eles olhavam um dado macro, mas isso não é correto para nossa região”, disse.

A partir do encontro, ela acredita que o governo estadual vai rever a questão. Ainda no encontro com as técnicas da Secretaria de Estado da Saúde ficou acertado o ressarcimento aos valores custeados pela Prefeitura para alguns procedimentos de enfrentamento à pandemia que deveriam ser de obrigação estadual.

UTI Móvel – Um dos pedidos de São Bento do Sul e municípios da região é para que o Samu são-bentense seja equipado com uma UTI Móvel. Carmen explicou que desde o ano passado já existe o pedido formulado e o caso está em tramitação. Ainda quanto aos cinco pacientes transferidos na madrugada de sábado, quando o hospital entrou em colapso, a secretária disse que todos estão vivos e em tratamento. “Considero que temos 98% de chance em termos essa UTI Móvel custeada pelos governos federal e estadual”, disse.

Terceira onda – De acordo com a secretária Carmen Binotto, o governo estadual vem alertando para uma terceira onda da Covid-19 a partir das próximas semanas. Ela explicou que todos os cuidados e preparativos vem sendo feitos, mas a preocupação se amplia devido ao feriadão da próxima semana e às ações de lockdown no Paraná.

Conforme a responsável pela central de monitoramento, a médica Andrea Betkowski Duvoisin, quando ocorrem feriados no Paraná o fluxo de pessoas no litoral e outras cidades de Santa Catarina aumenta, e como muitos acham que lockdown é férias, ela se diz preocupada com as próximas três semanas. “Devem ser complicadas”, alertou.

Ela ainda apresentou dados referentes ao monitoramento, destacando que nas últimas semanas a situação tem ficado mais preocupante. Nas três últimas semanas o número de atendimento nas centrais de Covid passaram de 787 pacientes para 1.010 na última, assim como os monitoramentos novos por semana, que passaram de 617 para 758.

Quanto aos internamentos, a taxa se mantém estável entre 25 a 30 pacientes por semana, e os óbitos também, na faixa de cinco por semana, lembrando que recentemente foram quase 15 numa única semana. “Mas ficamos antes algumas semanas sem óbitos e agora estamos tendo com mais frequência”, lamentou.

Os números compilados pela médica ainda mostram que os óbitos de pessoas acima de 60 anos têm diminuído, assim como os casos que seguem estáveis após o início da vacinação. Em contrapartida, os mais jovens agora apresentam a doença com maior gravidade. “Isso nos demonstra que a vacinação traz bons resultados”, disse, lembrando que antes, em média 180 pacientes acima de 60 anos eram monitorados, agora são 90. E os números poderiam ser ainda melhores se todos tivessem sido vacinados, mas há quem não aceite ser imunizado.

Conforme a secretária de Saúde, “vacina boa é a que está no braço da população”. Por isso ela pede que as pessoas procurem a Secretaria para fazer o agendamento não só da vacina contra a Covid, mas também da gripe, por causa da H1N1, pois pacientes com este tipo de gripe também podem necessitar de internamento e não há vagas disponíveis.

O superintendente do hospital, Renato Figueiredo, citou exemplo de uma técnica em enfermagem com menos de 30 anos de idade que se recusou a ser vacinada contra a Covid-19. Hoje, ela é um dos pacientes que está internado em estado grave na UTI do Sagrada Família.

Ainda de acordo com a secretária de Saúde, somente em maio, até esta quarta-feira (26), foram atendidos 4.815 pessoas nos dois centros de Covid do município. Carmen diz que esta alta demanda acaba acarretando em lentidão em alguns casos. Na unidade da Vila 1º de Maio já são três médicos atuando e mais um será remanejado. Já na do bairro Serra Alta, mais médicos vão atuar a partir de agora, deslocando alguns do posto do bairro 25 de Julho. “Mas não vai ser fechado nenhum posto, vão como complemento de carga horária”, destacou. Além disso, ela lembra que o posto de saúde central também está com médico até às 22 horas para atendimentos diversos.

Fiscalização – O delegado regional Odair Rogério Sobreira Xavier também falou sobre o aumento na fiscalização em São Bento do Sul. Uma reunião entre Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária foi realizada para alinhamento das estratégias, a fim de unificar a forma de atuação de todos os órgãos. “Nós não fazemos as regras, mas atuamos para que sejam cumpridas”, destacou.

Com isso, a partir de agora, o foco deixa de ser o de apenas orientar quem não cumpre os decretos, pois a fiscalização vai passar a aplicar notificações e multas com maior frequência. Para ninguém ser pego de surpresa, Sobreira coordena uma reunião com representantes de bares e restaurantes para falar sobre a nova forma de atuação. “Não vamos fazer reunião para repassar as regras, mas para dizer que estamos passando a exigir que sejam cumpridas e que vamos fazer autuações”, alertou.

O delegado disse que já existem alguns locais mapeados, os quais são considerados os mais problemáticos do município e estes serão os primeiros a serem visitados pela equipe de fiscalização. E este trabalho inicia a partir desta sexta-feira (28). A presidente da Câmara de Vereadores, Carla Hofmann, ainda lembrou que na próxima semana será votado o projeto de lei por meio do qual donos dos imóveis onde ocorrerem aglomerações serão multados.

Acisbs – O presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Júlio César Teixeira, questionou alguns pontos como a integração regional para criar mecanismos capazes de frear o contágio. De acordo com a secretária Carmen Binotto, diversas conversas e entendimentos com os municípios vizinhos ocorrem e ela acredita que será possível existir um entendimento. “Aqui temos um problema que se atravessamos a rua estamos em outra cidade, por isso precisamos de algo regionalizado”, disse.

Teixeira também questionou a falta de UTIs móveis devido ao fato dos veículos estarem na oficina, fato que na semana passada obrigou a Prefeitura de São Bento a contratar serviço particular para transferir pacientes. De acordo com a secretária, já existe uma investigação no âmbito do Ministério Público, pela Comarca de Canoinhas, sobre esta questão. Por fim, Júlio ainda sugeriu que o hospital faça maior divulgação da situação para alertar a população.

Comunicação – A diretora de Comunicação da Prefeitura, Viviane de Vargas Miranda, falou sobre a intensificação de campanhas de conscientização promovidas pelo setor. Ela destacou o investimento em mídia em rádios, sites, jornais e até em carros de som percorrendo os bairros de São Bento do Sul com alertas.

Ela também citou a elaboração de um folder que deverá ser entregue em todas as residências do município. A impressão do material será doada pela Gráfica JL. “Estamos apenas vendo com o Samae se é possível que os leituristas façam essa entrega nas residências”, explicou.

Também houve uma reformulação das redes sociais da Prefeitura com campos contendo informações que possam sanar as dúvidas do internauta sobre diversas dúvidas em relação a vários procedimentos como uso de oxímetro, quando buscar ajuda médica, etc.

Ponto facultativo – A chefe de Gabinete, Simone Willemann, também falou sobre o ponto facultativo na Prefeitura, decretado na próxima semana devido ao feriado de Corpus Christi. Ela explicou que inicialmente não haveria a parada na sexta-feira, porém houve um pedido do sindicato dos servidores públicos.

No entendimento da Prefeitura, este ponto facultativo não significa que os servidores devam viajar, mas sim aproveitar para ficar em casa e com isso se exporem menos à possibilidade de contágio com o vírus. “Por isso pedimos aos servidores que fiquem em casa”, disse.

Vacinas – Nesta quinta-feira também chegaram novas doses de vacina, agora destinadas a professores, profissionais da segurança e salvamento e grupo de comorbidade. A vacinação segue um cronograma repassado pelo governo estadual e todos os que se enquadram nos critérios por ordem dos grupos vão ser contatados pela Secretaria de Saúde para agendar a aplicação da dose.



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