JUAREZ ALVARENGA
A abertura do dia deve ser também a
penetração das ações dentro dos sonhos contidos
Uma referência de como sacudir os planos
executando bem, sem duvida, foi Juscelino.
Acredito que seu bom dia já era uma ordem.
Fascinado pelo amanhecer e obcecado por fazer
acontecer, pulava da cama para o canteiro de obras. A
dinâmica de seu dia era apaixonante e eletrizante.
Otimista com o relacionamento humano, se debruçava
sobre o amanhecer com os olhos fixados no sol poente.
Perseguia seus sonhos impulsionados pela clareza
solar. Sem duvida nenhuma, era um homem diurno,
porém amante do anoitecer porque sabia descobrir na
noite as estrela a ser perseguidas com a entrada do sol.
Tinha firmeza de propósito e seus imediatismos eram
de uma inquietação invejável.
Seu amanhecer era porteira fechada dos currais
cheios de gados. Procuravam medir seus passos
cotidianos circunscritos ao espaço do curral. Não
deixava, como o matuto, nenhuma vaca escapar.
Alguns de seus sonhos procurava distanciar, mas ele,
com seu laço certeiro, os fazia aproximar novamente,
pois pouco restava para os novos amanheceres.
Não perdia nada com entrada do dia; inseria nele
ração suficiente para que seus sonhos pudessem
sobreviver à entressafra.
Suas utopias coletivas eram impulsionadas, a cada
manhã, como uma locomotiva japonesa.
Este resultado de tanta ação era proveniente da
paixão pela vida e pelo ser humano.
Seu amanhecer era mágico, e no circo chamado
Brasil anestesiava o publico e invejava, com suas
noites, qualquer estadista pragmático que sente a
frieza das estrelas por está bem longe delas, e não como
ele, que sentia o forte calor, pois os seus sonhos
estavam bem perto do mundo realizável.