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Entrevista com Ismar Becker - Quem não tem medo da verdade não foge das perguntas

Domingo, 20 de dezembro de 2020

 

Dados pessoais:

          Ismar Becker, Nascido em São Bento do Sul em 01/01/1958, empresário (no Brasil e Alemanha), escritor e palestrante. Casado faz 40 anos, 2 filhos, Daniel – Diretor do Boticário e Gabriel – Gerente da Amazon em Lille, no Norte da Franca.

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O que o teria levado a enveredar pelo campo político?

          O empreendedor vê oportunidades onde outros veem riscos.  Durante meu mandato na Presidência da Acisbs, pude conhecer melhor a realidade da Prefeitura.   Por um lado ficou mais apavorado do que estava, pela falta de gestão. Por outro vi servidores públicos competentes, além de recursos financeiros para cuidar melhor dos São-bentenses.

          Como resultado de uma carreira de mais de 40 anos na iniciativa privada (como funcionário e depois empresário), podia me dar ao luxo de dedicar minha experiência profissional no Brasil e exterior, sem pensar em retorno financeiro.

 

Qual avaliação você faz da sua participação nas últimas eleições?

        Aprendi muito, conheci pessoas maravilhosas. Estou seguro que me tornei uma pessoa muito mais acessível, além de conhecer a realidade de São Bento, muito melhor.

       Seguramente pequei(conscientemente) em ser transparente demais e não entrar em negociações espúrias.

 

Como avalia o comportamento do eleitor e a campanha em si?

       Fiquei positivamente surpreso com a maturidade e conhecimento da realidade econômica e social do eleitor. Nas eleições anteriores as conversas geravam quase sempre em torno de interesse pessoais.

       Uma outra característica nova é a multiplicidade dos interesses (ex. causa animal).      

        

Faltou tempo para Ismar e Eliane garimpar mais votos?

        A Eliane e eu nunca tínhamos sido candidatos. Por isto começamos em desvantagem com relação a todos os outros candidatos. Sem dúvida faltou tempo, além de debates verdadeiros, não o café de senhoras de idade como o que tivemos.

 

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Aliás por falar em Eliane como se deu esta aliança com o MDB?

       Conversamos com praticamente todos os partidos sobre possíveis alianças. Isto exclui, por razoes obvias, o PP e o PSDB, embora eles tenham nos assediado.

       O MDB, por razoes internas, decidiu pela coligação na última hora. O resultado poderia ser diferente se tivéssemos fechado a coligação antes.  

 

E a participação da sua vice na campanha?

      Uma das melhores surpresas da campanha foi ter conhecido a Eliane. Ele é uma mulher incrível, com uma capacidade de trabalho muito acima do normal, além de um carisma de dar inveja.

      Desde já ela é um nome de peso para qualquer próxima eleição.

      Empresto uma expressão que ela usou muito na curta campanha: Ela ganhou um irmão e eu ganhei uma irmã que não tinha.

 

Você esperava mais dos históricos do MDB?

       Sem dúvida. Alguns não trabalharam. Outros trabalharam contra. Os resultados das eleições proporcionais(vereadores) mostram que o modelo do partido acabou em São Bento.

       Isto pode ser radicalmente alterado, com uma mudança na direção do partido. A Eliane é uma das alternativas para esta mudança, para reconstruir a história do MDB em São Bento.  

 

A quem você atribui a campanha difamatória contra sua candidatura?

      Dois fatores: Falta de argumentos, propostas e plano por parte dos dois principais concorrentes;

Necessidade de nos levar para o pântano onde eles atuam, tipo assim: sou ladrão mas ele também tem defeitos.

 

Um fato inusitado que marcou esta campanha?

          Foram muitos. Seria injusto citar somente um, mas destacaria a receptividade que tivemos em todos os segmentos socioeconômicos do município.

 

O prefeito eleito envelheceu, a política é a velha de sempre, o mofo é o mesmo?

         Acabei de ler um livro extraordinário (Why Nations Fail – Por que os países fracassam).

         Usando uma das teorias do livro, São Bento tem um modelo político/econômico extrativo, onde uma minoria controla a economia e a política.

         Somando os votos que tivemos, com os brancos, nulos e abstenção, vemos que a maioria da população rejeitou este modelo (duopólio PP / MDB).

         As primeiras ações do futuro governo, mostram que ele segue uma outra teoria do livro: a derrubada de uma elite, tem como objetivo manter tudo como está, mas com outros nomes.

          Não existe interesse da nova elite mudar o modelo extrativo, que perpetua seus privilégios.

         Um exemplo concreto: porque nossa relação médicos x habitantes é tão baixa?

 

O que você sugere e espera da nova administração?

        Mesmo sendo um otimista inveterado, não tenho grandes expectativas. Dito isto, não torço contra o piloto do avião no qual estou viajando.

 

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Como você está vendo seus correligionários do PSD ocupando cargos na administração vencedora?

        Mais um exemplo de que o modelo extrativo não mudou. Só mudaram os personagens.

 

Ismar sai do PSD ou renova o PSD com a exclusão dos infiéis?

        A sopa nunca é degustada na temperatura na qual foi preparada. Temos que dar tempo ao tempo, mas evidentemente houve uma traição da proposta que nos apresentamos e que quase 10.000 eleitores apoiaram.

        Eu continuarei com meu posicionamento de fazer uma mudança verdadeira em São Bento. Isto não se consegue colocando na gestão pública, paga com dinheiro do cidadão, pessoas sem competência técnica para estas funções.

        Nós defendemos a meritocracia, não o compadrio e a cooptação eleitoreira.

 

Como será sua ação política daqui para o futuro?

        Manifestando-me nos canais competentes, na imprensa e nas mídias sociais, seguindo uma linha de “Oposição Construtiva”: aplaudindo o que for bom para SBS e criticando o que não for.

 

Ismar pensa em uma candidatura para deputado estadual?

        Em princípio não. Meu perfil é de executivo, não legislativo.

 

A composição da mesa diretora da Câmara terá seu dedo, ou vai deixar o barco correr?

        A história das eleições para a mesa da Câmara em SBS, em conjunto com as consequências de uma eleição proporcional sem coligação, mostra que é ignorância acreditar que alguém possa colocar o dedo neste assunto.

 

Se você tivesse sido eleito qual seria uma de suas principais ações já no início de mandato?

        a) Selecionar uma equipe baseado na competência, não em politicagem barata.

        b) Apresentar um Plano de Ações para os primeiros 90 dias.

 

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E, as composições do vencedor, como está vendo o futuro da administração?

         De maneira alguma me surpreendem. Bananeira só dá banana.

 

O governador está com um pé no PSD, o presidente da Alesc está no PSD e também o presidente do PSD é deputado estadual. O que isto pode representar para o futuro político de Ismar Becker?

        Responderei com dois ditados populares: “Em tempo de muda passarinho não canta.” “Na tempestade é melhor baixar as velas, até que ela passe.”

 

Antigamente se dizia que de barriga de mulher grávida, cabeça de juiz e urna de eleição ninguém sabia o que poderia acontecer. As coisas mudaram e não são mais todas verdades. O prefeito vencedor está com seu mandato sub judice. Em caso de uma sentença que o condene teremos novas eleições. Ismar seria candidato?

       O modelo jurídico brasileiro, que herdamos de Portugal, é baseado nos meandros do processo jurídico, não no eventual delito. Por isto não me surpreendeu a liminar do prefeito eleito, como também não me surpreenderia se ao final do mandato, o mérito da questão (não comprimento do contrato de trabalho e falsidade ideológica) não tivesse sido julgado.

 

Um recado para o novo prefeito?

       Surpreenda São Bento com uma verdadeira mudança para passar para a história. Meu saudoso pai fez isto entre 1966 e 1970.

 

Ficaram feridas? Como curá-las?

        Gosto muito de um ditado do filosofo alemão Friedrich Nietzsche: “O que não me mata me torna mais forte.”  Quanto às traições antes, durante e após as eleições, lembro que se Jesus foi vendido por um dos seus 12 apóstolos, como eu poderia esperar que não fosse.

 

Sinceramente o que fez que não faria novamente em uma campanha?

        Esta resposta requer uma entrevista exclusiva. A combinação entre os princípios éticos, com a chamado pragmatismo político, é uma arte muito difícil.

 

Contratar advogados de outra cidade e completamente desconhecidos para a Procuradoria do Município não lhe parece estranho?

        Por serem desconhecidos, não posso comentar. O fato de serem de outra cidade, não deve ser problema.

 

Livre para seus comentários ou algo que gostaria de responder que não perguntei?

 

        Agradeço a oportunidade de me manifestar sobre assuntos tão importantes. Dentro do meu projeto político/partidário, no início de 2021 aprofundarei muitos do tópicos abordados nesta entrevista.

 

 Abraços

 



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