Denunciante narra o “fato absurdo”
São Bento/Rio Negrinho - Há dias circula pela internet um e-mail fazendo acusações contra o médico Luiz Gonçalves Júnior. Conforme relata Sheila R. de Oliveira Froehner, no dia 28 de outubro, uma quinta-feira, por volta das 13:00, seu marido Juliano Froehner passou por uma perícia médica no INSS de São Bento do Sul. "Aconteceu um fato absurdo", narra ela. "Ao entrarmos na sala do tal médico (...) nos deparamos com as grosserias do - sei lá se posso chamar de - homem com uma funcionária da Previdência Social", explica. "Ele perguntou para o Juliano se ele havia quebrado o braço, pois estava com a tipoia. O Juliano fez que 'não' com a cabeça. Então o médico perguntou da perna. O Juliano, como não está falando, ainda fez 'mais ou menos' com a mão. Daí o animal perguntou grosseiramente assim: 'Eu perguntei se sim ou se não'. Então interferi dizendo que ele não estava falando e o animal mais uma vez reagiu me mandando ficar quieta".
Sheila continua: "Eu só apontei para o receituário querendo dizer para ele ler primeiro o que havia ocorrido com o Juliano - ele, com mais grosserias, olhou o receituário e, muito debochado, fez que não entendeu o que estava escrito e ainda criticou o dr. Fernando A. de Souza, que está sendo um médico muito atencioso, dizendo que teria que ter uma perspectiva para voltar ao trabalho. Daí eu falei que não tinha como saber, porque dependeria da evolução. Quando eu falei: ‘Doutor, foi um AVC I (acho que ele não sabe o que é) que acometeu a fala’, só então ele se deu conta - até então, nem tinha examinado o Juliano - e mesmo assim continuou sendo irônico, petulante, debochado, um infeliz".
A denunciante conta, no e-mail: "Ao sair de lá, fui direto com a funcionária que presenciou o fato. A mesma me aconselhou junto com outros a registrar a reclamação, mas em várias tentativas com o 135 não consegui, pois estavam sem sistemas. O Juliano teve que me escutar chorar. Saí de lá sem acreditar, com raiva, sentimento de impotência... Aguento qualquer coisa que a vida me proporcione, vamos lá! Mas sermos tratados como bichos por uma pessoa que recebe seu salário através dos nossos impostos - e outra, sem termos feito nada... Demorei a me acalmar, achei aquilo o fim e resolvi não ficar quieta e hoje decidi persistir no 135 e passar esse e-mail". Sheila questiona: "Será que perdemos até o direito de ser bem tratados neste país?".
O que diz ele
Ouvido na tarde ontem, o médico afirmou que sequer tinha lido o e-mail que tem circulado pela internet. "Eu não tenho tempo para ler fofoca na internet", comentou. Questionado se teria algo a falar sobre o assunto, Luiz Gonçalves Junior - vice-prefeito de Rio Negrinho - inicialmente disse: "Tem gente que tem raiva do mundo. Eu não li essa bobageira. Ela (Sheila) não deveria estar dentro da sala. Ela é uma mal-educada. Não sei por que vocês (do jornal) dão espaço para uma pessoa de mal humor como ela".
O médico tomou conhecimento do e-mail na íntegra, que foi lido pela Reportagem por telefone. Após ouvir atentamente, registrou: "Como funcionário público há quase 28 anos, nunca recebi uma reclamação sequer dos meus segurados. Pelo contrário: sempre recebi elogios - e sou muito procurado por atender com extrema educação a todos. Neste mundo existem pessoas de todos os tipos. Algumas não se conformam pelo fato de o sistema demorar ou o sistema ter algum tipo de falha, o que acontece com todos e muitas vezes durante o dia. Então alguma coisa pode acontecer provocando algum tipo de desentendimento, o que é normal, mas é resolvido de maneira civilizada. Não vou responder às críticas feitas pela senhora Sheila, porque ela usou palavras de baixo padrão, criticando quem ela não conhece".
Ele concluiu: "Ela nem sequer sabe como funciona o sistema, sendo que a mesma nem deveria estar acompanhando o doente no consultório - mas no caso dela abri uma exceção. Em minha opinião, ela deveria explicar imediatamente para o perito que tratava-se de uma pessoa que não estava falando e que estava em dificuldades. Vendo que o computador estava com problemas, essa senhora deveria já de cara me ajudar, dando o diagnóstico. Ela simplesmente dificultou tudo. Ele não falava e ela não respondia. Foi uma questão de ela ter sido mais clara. Fui aconselhado a processá-la, mas acho que não vale à pena. Espero que ela aprenda com a vida a ter uma postura mais civilizada".