O assunto é sério, gravíssimo e, como já escrevi em outras oportunidades, somos uma comunidade sem voz, frouxa, que não sabe reivindicar seus direitos. Lamentavelmente mais uma vez estamos à mercê de ações de lideranças, políticos e entidades de classe que parecem estar mais preocupados em sair na foto do que resolver os problemas da cidade e região. O episódio da superlotação do presídio de Mafra e da decisão do juiz corregedor daquela Comarca está colocando toda a população da região em pânico. Não que o juiz esteja errado. Pelo contrário. Talvez seja a única forma de fazer com que as autoridades governamentais se mexam, cumpram suas promessas e mostrem para que foram eleitas. A polícia está agindo, prendendo, e a falta de vaga nos presídios e ação das autoridades competentes para determinar o acolhimento dos presos é de uma omissão a toda prova. Na terça-feira mesmo traficante preso teve de ser liberado, a exemplo de outros que foram detidos e tiveram a liberdade como prêmio. A delegada Ângela Roesler aguardava, na segunda-feira, uma posição da Diap (Diretoria de Administração Penal), órgão que deveria se manifestar e determinar a transferência de um traficante que ela estava carregando a “tiracolo”, por não ter sido aceito no presídio de Mafra. À tarde ela foi ao juízo local expor o assunto e não restou alternativa à autoridade senão liberar o preso, pois a delegacia não dispõe de local adequado e nem alimentação – e a Diap não se manifestou. Interessante que o assunto não é novo, mas na segunda-feira nenhum vereador, nem mesmo os de oposição, tomaram conhecimento do que está acontecendo na cidade e na região. Na terça-feira pela manhã Evolução fez contato com a Secretaria de Segurança, tentou o coronel Botelho, os deputados Silvio Dreveck e Antonio Aguiar, procurou pelo prefeito Magno Bollmann – e foi informado que o mesmo está em Brasília. Ligamos para o vice Flávio Schuhmacher, que disse desconhecer o assunto, mas que, diante das informações que lhe passamos, iria fazer contatos na capital. Afirmou que iria conversar com a secretaria de Segurança. Alertamos o mesmo que não é esta mais que trata do assunto, e sim o Coronel Botelho, que será o adjunto de Ada de Luca, que vai assumir a Secretaria de Cidadania e que cuida destes casos, informação que nos foi repassada pela própria SSP/SC. Claro que, alertados, os vereadores começaram a se movimentar. Vamos deixar de ser hipócritas, personalistas e de querer transferir o problema para os outros. Qualquer transferência de preso tem que ser acompanhada pelo mínimo por dois policiais civis, escolta militar, veículo, diárias e risco de estar na estrada, além da interrupção dos serviços de rotina na delegacia. A solução é a construção de um presídio local e que assumamos os nossos presos que, como o lixo que antes também era transferido para Mafra, passam pelo mesmo processo. Caso esta não seja a solução, temos outra proposta. Assim como fizemos a campanha para aumentar o efetivo policial e melhorar a segurança (espero que não sejamos culpados pela polícia estar prendendo mais), vamos lançar outra pela adoção de um preso e a família que o fizer possa reivindicar o auxílio-reclusão e talvez ainda receba como prêmio um traficante. Caso esta também não seja aceita, que os nossos políticos preencham suas assessorias com estes indivíduos. Talvez melhore o nível.