Mulheres que chegam ao local são encaminhadas diretamente pelo Ministério Público ou pela Polícia Civil
São Bento – Nesta semana a secretária de Assistência Social, Lindacir Emídia Conde, realizou uma visita para verificar a estrutura da Casa Abrigo da Mulher. Construída em terreno próprio da prefeitura, a Casa Abrigo da Mulher passou a receber mulheres e seus filhos a partir do ano de 2010, quando sua estrutura estava totalmente concluída. O programa conta com um convênio com o governo estadual e é custeado, em grande parte, pelo município. Lindacir contou que as mulheres que chegam à Casa Abrigo são encaminhadas diretamente pelo Ministério Público ou pela Polícia Civil, a partir do momento em que elas procuram a Delegacia da Mulher para registrar denúncia contra seu marido ou companheiro.
“Esse trabalho é fundamental para que possamos garantir a segurança e a integridade dessas mulheres e de seus filhos quando é o caso. A parceria com a Polícia Civil é maravilhosa e por isso é que este programa funciona tão bem aqui em São Bento”, disse Lindacir, que completou dizendo que já recebeu pedidos de vários outros municípios para a utilização da Casa Abrigo, mas a legislação não permite tal procedimento.
EQUIPE
Quanto ao número de pessoas já atendidas na Casa Abrigo, no ano de 2010 foram nove mulheres com quatorze filhos no total. Em 2011, foram sete mulheres – também com quatorze filhos no total. Quando uma mulher sofre abuso ou violência em seu lar e registra o Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher, ela é encaminhada diretamente para a Casa Abrigo e, caso tenha filhos, estes são encaminhados juntamente com a mãe. Ao chegar à Casa Abrigo, a família se depara com uma estrutura para proporcionar um período de aconchego, amizade, acolhimento. Na casa, uma equipe – composta por assistente social, psicóloga, pedagoga, técnica em enfermagem e assistente administrativa – está à disposição para acolher e prestar atendimento de às pessoas abrigadas.
A estrutura física da casa preparada para acessibilidade, contando com cozinha, área de serviço, despensa, refeitório, sala de TV, três dormitórios com capacidade para nove pessoas – ou mais, dependendo a ocasião –, banheiros com acessibilidade, recepção, quarto para a cuidadora da casa – que presta plantão 24 horas durante o período de acolhimento – e uma brinquedoteca para as crianças, além de área externa com jardim e horta.
Enquanto a mulher estiver acolhida na casa, é como se esta estivesse em seu lar. “Aqui na casa a mulher acolhida irá cozinhar, irá lavar as suas roupas, passar, cuidar de seus filhos quando for o caso - e desfrutará de um ambiente familiar e aconchegante, para que sua estadia seja a mais confortável possível, uma vez que quando chegam até a casa, as mulheres estão em condições extremamente frágeis, pois só chegam até a casa as mulheres que passam pela difícil situação de denunciar seus companheiros pelos abusos ou violência doméstica”, comentou Lindacir.
APOIO
O apoio oferecido à mulher e seus filhos durante o período em que permanecem na casa abrigo, que poderá ser de no máximo noventa dias, é fundamental. A mulher acolhida permanece na casa durante todo o tempo, e na eventualidade de precisar sair para tratamento médico ou outro motivo, será levada pelo carro da Assistência Social, com motorista e com uma profissional a acompanhando. Cuidados com as crianças também são tomados. As crianças são transferidas desde o primeiro dia para novas escolas ou creches – e a própria secretaria providencia o transporte. Ao deixar a casa abrigo, caso não exista uma reconciliação com o marido ou parceiro, a mulher e seus filhos saem para uma nova vida.
Conforme explicaram as servidoras que atuam na casa abrigo, e não são identificadas por questões de sigilo absoluto tanto da equipe, quanto do local onde funciona a casa, ao sair a mulher ou a família terá uma nova casa para morar, terá emprego encaminhado, terá uma cesta básica para ajudar no início, e terá os filhos matriculados e frequentando a escola, com todo o transporte escolar.
Quanto ao fato das mulheres ao deixarem a casa abrigo já saírem com emprego garantido, Lindacir fez questão de registrar o apoio de algumas empresas do município – que recebem de braços abertos as indicações para contratação destas mulheres que passaram por experiências tão difíceis. Como já mencionado, a Casa Abrigo recebe somente as mulheres com seus filhos encaminhados através da Delegacia da Mulher ou Ministério Público. Todo o período de acolhimento, localização, transferências de escolas das crianças, transporte, enfim, tudo que é relacionado à Casa Abrigo da Mulher, é mantido totalmente sob sigilo.