Fernando Tureck coloca seu nome à disposição do PMDB
São Bento - Fernando Tureck, 30 anos, é médico formado pela PUC - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (especialização em Medicina Interna pela Universidade Federal de São Paulo). Fernando é filho do saudoso ex-prefeito - e também médico Genésio Tureck - e de Mariazinha Tureck, que também foi vice-prefeita da cidade. Seu pai exerceu ainda mandato de deputado estadual. Sempre ligado às lides do MDB, hoje PMDB, foi um líder nato que, com seu trabalho na área da Saúde, conquistou um eleitorado fiel e que lhe dedicava verdadeira devoção. Falecido em acidente automobilístico no exercício do mandato, deixou Fernando com apenas oito anos de idade.
Como dizem que a fruta nunca cai longe do pé, Fernando herdou do pai o gosto pela política e depois de concluir seus estudos em Medicina passou a trabalhar em São Bento do Sul. Dedicando-se à medicina intensivista (UTI), foi realizando um trabalho de formiguinha e tornando seu nome conhecido e também caindo nas graças do povo. Sua semelhança com a figura do pai é algo que chama a atenção, inclusive pelo uso da barba serrada.
Hoje desponta como um dos prováveis candidatos do PMDB para a sucessão de Magno Bollmann (PP) nas próximas eleições. Jovem, sem experiência política, além daquela que lhe corre nas veias, já colocou seu nome à disposição do partido. Fernando, nesta reportagem, explica as razões que o levaram a esta decisão e também seus planos para administrar São Bento do Sul - e como espera vencer as barreiras naturais dentro do PMDB para ser o indicado.
CARREIRA E AMBIÇÃO
"Há um ano e meio, com reunião de mais de setecentas pessoas e lideranças regionais e estaduais, foi marcado o início de uma nova maneira de fazer política, sem perseguição e sem apenas os interesses do partido - uma política séria, responsável e marcada pelos interesses da cidade em primeiro lugar", explicou Tureck, referindo-se a um encontro do PMDB no Jeep Clube de São Bento "Quando vemos o Tiririca recebendo mais de um milhão de votos, sentimos a responsabilidade de fazer uma política diferente e novamente despertar no eleitor a vontade de exercer sua cidadania através da política".
"Precisamos desmistificar a política da politicagem e fazer com que mais pessoas se envolvam, passando a acreditar novamente nos políticos. Veja o caso de São Bento do Sul, hoje. O que vemos é o DEM, a cada dia, anunciando se sai ou não do governo. Na realidade eles compuseram uma chapa, uma coligação para governar a cidade. Não vemos nenhum projeto a não ser a discussão por cargos. O compromisso deles deveria ser bem maior com os eleitores que votaram neles do que com os partidos políticos e a repartição de cargos".
VANTAGEM
Fernando continua: "Um dos fatores em que levo vantagem é ser jovem, ter vontade de fazer e dar um choque de gestão. No que não tenho experiência devo somar atraindo pessoas, montando uma equipe que dê sustentação, como em qualquer outra atividade da vida. As coligações são um fator comum na política, mas afirmo que o PMDB, pela grandeza e história do partido, não pode abrir mão da ser cabeça de chapa. Quem quiser compor será bem-vindo. Apesar de o PMDB hoje em São Bento ser oposição, trouxe e fez bastante pela cidade. Tivemos uma atuação muito forte e proveitosa do deputado Antonio Aguiar. Mauro Mariani foi também o grande benemérito da nossa política, o líder maior. No próprio Boletim Informativo do PP/DEM, distribuído nesta semana, a maior mostrada obra foi construída com recursos viabilizados pelo Mauro".
Perguntado sobre a situação da Saúde, mais especificamente do hospital Sagrada Família, Tureck, que é da área, disse: "A questão da falta de médicos plantonistas no Pronto Socorro não é novidade. Há pelo menos seis meses apenas três médicos vêm fazendo uma carga muito grande para suprir a falta destes profissionais. A tendência é piorar com a saída de mais dois em janeiro. O mito de que o Corpo Clínico é fechado já foi desmentido desde 2007, pois a procura por novos profissionais é uma constante". Tureck acredita que o mercado de trabalho em São Bento "não é tão bom, bem como a estrutura de trabalho que o hospital oferece".
COMISSÃO DE CREDENCIAMENTO
"Médicos vêm, mas não ficam. Hoje existe uma comissão de credenciamento que determina se o médico novo fica ou não. Existem nesta comissão inclusive pessoas leigas e não ligadas ao Corpo Clínico. Na Saúde, a minha grande preocupação continua sendo com a falta de profissionais e melhores condições de trabalho e com mais equipamentos junto ao hospital. Existe limitação nos exames, na medicação, e isso assusta o profissional que acaba abandonando o trabalho e indo embora". Tureck abordou também a violência e o uso de droga. "Só nesta semana tivemos duas mortes com causas violentas, presumidamente ligadas ao uso de drogas", conclui o médico.
Para finalizar, Fernando disse não concordar com as afirmações de que o maior cabo eleitoral do PMDB é a atual administração, "mas sim a história do partido, suas conquistas e seu passado".