Florianópolis - Se não faltaram disputas internas na longa definição dos nomes do primeiro escalão do Raimundo Colombo (DEM), fechado na sexta-feira, 74 dias após a vitória do demista nas urnas, a tendência é de disputas ainda mais fortes na distribuição das 36 Secretarias Regionais de Desenvolvimento entre os partidos da tríplice aliança.
Criadas em 2003 pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), as pastas trazem um ingrediente a mais de confronto – a rivalidade local. A lógica da repartição de cargos é a mesma que deveria ser adotada nas secretarias centrais: a geografia das urnas. Os partidos aliados com mais votos na Assembleia, levam vantagem. O critério produziu contas diferentes. Na primeira, o PMDB indicaria 14 cargos, contra 10 de PSDB e DEM cada. Duas secretarias restantes ficariam para PPS e PTB.
Essa conta ignorou as cotas pessoais, existentes na atual gestão. Luiz Henrique indica o secretário de Joinville, Colombo o de Lages e Eduardo Pinho Moreira (PMDB) o de Criciúma. A diferença é que Leonel Pavan (PSDB) não escolheria o secretário de Itajaí. Seria substituído pelo senador eleito Paulo Bauer (PSDB), que indicaria o comandante da pasta em Jaraguá do Sul.
Ontem, o futuro secretário da Casa Civil, Antônio Ceron (DEM) deu início à divisão do bolo com representantes dos principais aliados: João Mattos (PMDB), João Paulo Kleinubing (DEM) e Dalírio Beber (PSDB). Foram apresentados critérios para ocupação de espaços, com destaque para a geografia das urnas. Colombo determinou que haja cruzamento nos cargos. Se um partido indica o secretário, outro aliado deve ocupar a direção geral da pasta, por exemplo.
— Falamos mais de critérios — disse João Mattos, que ocupa a presidência estadual do PMDB.
Segundo Ceron, a maioria das pastas será resolvida sem conflito e a divulgação dos nomes deve se dar em bloco na metade de janeiro.
As disputas entre os partidos são fortes entre as regionais de maior orçamento que não estão nas cotas das lideranças – casos de Florianópolis, Itajaí, Blumenau e Chapecó. O descontentamento de tucanos e peemedebistas com o espaço ocupado pelo DEM nas secretarias centrais deve levar a busca de compensações nas regionais. Quando Colombo anunciou o primeiro lote de secretários, no dia 6, o vice Pinho Moreira deu o recado:
— Nas regionais, a geografia das urnas vai ser matemática.