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Um sabor especial no Natal

Sexta, 23 de dezembro de 2011


 

Chef Robert Schneider fala sobre a arte da culinária no Natal

Tita Pretti
Publicado 22/12/2011 às 13:49:41 - Atualizado em 22/12/2011 às 14:27:41
 

A arte da culinária surgiu por acaso na vida do chef de cozinha Robert Schneider, 45 anos. Natural de São Bento do Sul, ele foi só descobrir os dotes culinários no Velho Continente, quando viajou à Alemanha para visitar sua bisavó, aos 21 anos. Formado em Educação Física pela antiga Fundação Educacional da Região de Joinville (hoje, Univille), Robert conta que nunca chegou a exercer a profissão, pois foi na culinária que encontrou sua verdadeira vocação.

“Até então, eu nem sequer entrava na cozinha de minha casa no Brasil. Quando decidi me aventurar com uma mochila nas costas, não sabia exatamente o que iria acontecer. Não queria ser mais um brasileiro que viaja por dois meses, gasta todo o dinheiro que tem e volta para o país sem ter aproveitado as oportunidades oferecidas por lá”, pondera.

Roberte descobriu na culinária a sua verdadeira vocação profissional (Foto: Marcele Gouche)

Foi na Suíça que Robert encontrou a chance de garantir a estabilidade financeira e permanecer por mais tempo na Europa. Em um jornal, ele encontrou um anúncio que lhe abriu as portas para a arte de cozinhar: “Precisa-se de alunos para curso de culinária”. Além da especialização profissional, o curso também oferecia alojamento e um auxílio financeiro. “Eu precisava de dinheiro e, como todo brasileiro, dei um jeitinho e contei uma história triste durante a entrevista de seleção para convencê-los da importância daquela oportunidade para mim”, conta. Resultado: aprovado na Escola de Culinária de Langenthal.

O trajeto e a importância da profissão

De lá até hoje, a carreira foi consolidada com passagens em restaurantes renomados da Alemanha, França, Itália, Portugal e Suíça. Mas o caminho trilhado não foi fácil. A rotina na Escola de Langenthal era árdua: na parte da manhã, Robert tinha aulas teóricas, onde aprendia conceitos nutricionais dos alimentos, técnicas de plantio em hortas e preparo dos alimentos. Durante a tarde, ele fazia estágio em um restaurante, onde realmente descobriu que a arte de preparar pratos era sua grande paixão.

“Comecei de baixo, descascando batatas e cebolas. Mas eu não queria ficar estagnado, queria aprender de tudo, me interessava pelo que fazia. Acordava mais cedo para acompanhar os passos do chef de cozinha e, com muito esforço, meu empenho foi reconhecido”, diz. Depois de três meses, Robert foi promovido a auxiliar do chef que foi seu mestre em passar os conceitos do ofício.

O são-bentense acredita que apesar de ainda existirem chefs superconceituados, que são proprietários de restaurantes com o próprio nome, o cargo não tem todo o “glamour” que a maioria das pessoas pensa. “Um bom cozinheiro não é menos importante que um chef, só porque não tem uma equipe para comandar. Chef é apenas uma denominação. A maior importância da função é ajudar na interação da equipe. O segredo é fazer com que eles não se sintam comandados”, pondera. Ele afirma que para ser um bom chefe de cozinha é preciso além de delegar funções, saber fazê-las.

De volta às origens

O ano de 1994 marcou o retorno de Robert à sua terra natal: São Bento do Sul. Há quatro meses, ele é o chef do período noturno do hotel de lazer Vale das Pedras, localizado no Ribeirão Grande do Norte, em Jaraguá do Sul. Longe dos restaurantes de cozinha internacional, ele agora redescobre maneiras de incorporar seus conhecimentos da cozinha mundial, dando um “toque de brasilidade” aos pratos. “Nós, brasileiros, temos a capacidade de transformar as coisas, por isso procuro adaptar receitas de determinados países deixando-as mais populares”, comenta.

O chef explica que a tendência acompanha também uma mudança no perfil do próprio consumidor. Ele comenta que os brasileiros estão se alimentando melhor, querem ser mais saudáveis e isso se reflete nas refeições. “Comida cara nem sempre é saudável ou apetitosa. Hoje, chique é se alimentar bem”, conclui.

Prova disso é o elogio recebido por um amigo e chef do restaurante Maxim´s de Paris (um dos mais famosos do mundo, fundado na “Belle Èpoque”, era de ouro da beleza, cultura e inovação da Europa). Robert encaminhou ao colega francês o cardápio que preparou (juntamente ao chef Rodrigo D'Angelo) para a ceia de Natal do Hotel Vale das Pedras, que será servido para aproximadamente 130 hóspedes. A resposta coroa o trabalho elaborado com carinho: “nossa, está chiquérrimo”.

A dedicação ao próximo na noite de Natal

“Sinto que, indiretamente, estou fazendo às outras pessoas algo especial, como se fosse para a minha própria família.” É assim que Robert define seu trabalho na véspera do Natal. A rotina da profissão exigiu que o chef muitas vezes abdicasse as reuniões familiares para cumprir suas obrigações.

“Dependendo de onde eu estivesse trabalhando, eram meus pais que viajavam apenas para ficarem perto de mim nesta data tão especial. Mas quando não é possível, a confraternização não deixa de acontecer. Ao chegar em casa, depois do expediente, ligo a câmera do computador e desejo um Feliz Natal, mesmo estando longe”, conta.

Mas assim como ele, existem colegas de trabalho que também passam o feriado, ou parte dele, no trabalho. Segundo Robert, aproximadamente 15 pessoas integram a equipe do restaurante do hotel. “Há pessoas que também têm família longe daqui, então preferem estar trabalhando na data a ficar sozinhos. Não deixamos de celebrar o Natal com pessoas especiais, já que a união e a interação entre nós são grandes”, conclui.

Dicas de receitas para uma ceia deliciosa

O chef Robert Schneider preparou algumas opções de receitas para incrementar a ceia de Natal e deixá-la ainda mais gostosa. Para ele, a celebração do nascimento de Jesus é uma “data para ser feliz”, em que se podem permitir certos “exageros” gastronômicos.

“O Natal é uma data especial para estar com a família e aproveitar uma refeição preparada com amor. Se passou um pouquinho mais da conta, não tem problema, depois do Ano Novo começa o regime”, diverte-se. O chef também comenta que para fazer uma ceia não é preciso desembolsar uma alta quantia de dinheiro. Ele indica que se não for possível preparar o tradicional peru ou chester, o frango também é um bom substituto. Para as sobremesas, as rabanadas e gelatinas em cubos também são delícias fáceis e baratas de se fazer. “O importante é usar a criatividade. Culinária é isso: adequar uma receita com as suas necessidades e gostos. É preciso experimentar, criar.”

Outra dica é armazenar corretamente as sobras da ceia. Robert diz que se a família não souber se vai logo consumir os alimentos, o ideal é esperar esfriar, colocar em potes plásticos ou envoltos em papel filme, guardar no freezer e consumir em até 15 dias. “Com as carnes, é possível desfiar e fazer sanduíche, fricassês, salpicão, pão italiano e muitas outras receitas.”

Confira algumas sugestões para a ceia de Natal:

Nível de dificuldade: fácil
Opção 1: arroz natalino

Ingredientes:
•    5 xícaras (chá) de arroz
•    400g de queijo prato picado
•    400g de presunto picado
•    2 pacotes de uvas passas
•    2 latas de castanha de caju
•    2 tabletes de caldo de galinha dissolvido em 2 copos de água
•    5 colheres (sopa) de farinha de rosca
•    100g de margarina

Modo de preparo

•    Faça o arroz normalmente, bem solto.
•    Junte os ingredientes restantes e coloque num pirex.
•    Leve ao forno para derreter o queijo por 15 minutos.

•    Enfeite a gosto e sirva quente.

Opção 2: salpicão festivo

Ingredientes:
•    100g de batata cozida e picada em cubos médios
•    100g de palmito em cubos
•    50g de maçã verde cortada (para não escurecer, coloque em água com suco de limão)
•    100g de frango defumado e desfiado
•    100g de cenoura pré-cozida
•    25g de salsão bem picadinho
•    25g de nozes
•    50g de maionese
•    50g de creme de leite
•    Sal a gosto

Modo de Preparo:

Coloque todos os ingredientes em uma tigela. Para facilitar, misture a maionese e o creme de leite em outra tigela. Se ficar muito espesso, adicione um pouco de leite. Cuidado com a quantidade de sal.

Depois de pronto é só deixar na geladeira por uma hora antes de servir e caprichar na decoração do prato. Tradicionalmente o salpicão é uma receita agridoce, mas você também pode fazer o prato totalmente salgado. Para isto, substitua alguns ingredientes, como as frutas, por outros de sua preferência.

Dica: A carne pode ser substituída por chester, tender ou aves típicas e produtos vendidos nesta época e que às vezes não sabemos como preparar.

Sobremesa: pavê de morango

Ingredientes:
•    1 xícara de creme de leite fresco (nata) (240 ml)
•    1 colher de chá de essência de baunilha
•    Aproximadamente 480 g de morangos picados, isso equivale a duas bandejinhas, reserve alguns inteiros para decorar
•    1/3 de xícara de açúcar
•    1 caixa de biscoito champanhe
•    1 lata de leite condensado
•    2 xícaras de leite
•    2 gemas peneiradas
•    2 colheres de sopa de amido de milho

Modo de preparo:

Creme: Dissolva o amido de milho no leite, junte o leite condensado e as gemas,  leve ao fogo, mexendo sempre, até engrossar e deixe esfriar.

Cobertura: Bata, por aproximadamente 2 minutos o creme de leite com a essência de baunilha até ponto de chantilly.

Coloque uma parte do creme dentro de um refratário e depois acomode uma camada do biscoito champanhe, cubra com metade do morango, o restante do creme e depois mais morango. Espalhe o chantilly, decore com os morangos inteiros. Cubra com filme plástico e deixe na geladeira até firmar (mais ou menos 4 horas).

Nível de dificuldade: média

Opção 1: endivias recheadas com camarão e maionese de manga

Ingredientes:
•    2 bandejas de endívias
•    1 kg de camarão médio
•    1 cebola
•    1 tomate
•    2 mangas quase maduras
•    Sal a gosto
•    Salsinha e cebolinha verde

Modo de preparo:

Lave bem as endívias e deixe escorrer. Em uma panela, coloque um fio de azeite de oliva extra-virgem, doure os camarões, acrescente a cebola picada e o tomate, deixe cozinhar por uns 10 minutos, reserve.
Descasque as mangas bata no liquidificador com creme de maionese e creme de leite a gosto, misture os camarões e recheie as endívias, disponha em uma travessa decore a gosto e sirva como entrada.

Opção 2: filé de congrio ao molho de maçã verde

Ingredientes:
•    2 peças de congrio rosa limpo
•    1 limão
•    Sal a gosto
•    Pimenta a gosto
•    Vinagre ½ xícara
•    2 maçãs verdes
•    1 tomate sem pele e sem semente
•    1 cebola picada
•    1 dente de alho amassado
•    Azeite de oliva extra-virgem

Modo de preparo:

Tempero o congrio com limão sal, pimenta e vinagre, deixe descansar por 20 minutos. Com o restante dos ingredientes, prepare o molho conforme de costume. Quando estiver pronto, bata o molho no liquidificador.
Passe o congrio na farinha de trigo e frite com um pouco de azeite extra-virgem, disponha em travessa ou prato decorativo, espalhe o molho por cima e sirva acompanhado de arroz branco e batatas sautês.

Sobremesa: chocotone

Ingredientes:
•    1 chocotone de 500 g
•    200 g de chantilly batido
•    200 g de amoras
•    1 xícara de leite para molhar
•    1º creme:
- 1 litro de leite
- 1 lata de leite condensado
- 4 gemas peneiradas
- 6 colheres de sopa de amido de milho
- 1 colher de essência de baunilha
•    2º creme:
•    200 g de chocolate ao leite
•    200 g de chocolate meio amargo
•    1 caixa de creme de leite

Modo de Preparo:

1º creme:
Em uma panela coloque o leite, o leite condensado, o amido de milho dissolvido em uma parte do leite e as gemas. Leve a fogo médio mexendo até engrossar. Retire do fogo e acrescente a essência de baunilha. Cubra com filme plástico e reserve.

2º creme:
Derreta o chocolate em banho-maria, acrescente o creme de leite e reserve.
Montagem: em uma forma, coloque a metade do primeiro creme, fatias de chocotone e umedeça com leite. Depois, coloque o segundo creme, as amoras, fatias de chocotone e leite para umedecer. Coloque a outra metade do primeiro creme e decore a gosto.

•    Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail do chef Robert Schneider (robertcsch@hotmail.com).



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