Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
É lamentável que o estrangeiro, quando vem ao Brasil, dê preferência ao Rio de Janeiro no momento de sua visita e pense consigo que o Brasil de verdade é aquele lá do Pão de Açúcar, aquele de Copacabana. Cada vez me convenço mais e mais que o governo não tem interesse em eliminar o tráfico de drogas. Uma vez suprimido o tráfico até mesmo boa parte do efetivo da polícia se torna despiciendo. Uma vez que os traficantes estiverem totalmente liquidados haverá uma enorme pressão sobre o governo para legalizar a comercialização de droga. Evita-se a agudização da situação porque ela acarreta a solução do problema e a solução é mal querida. É mentira que os traficantes têm melhores armas que a polícia. E mesmo que a polícia tenha armamento ruim, isto é uma circunstância completamente remediável. A verdade é que o poder estatal é infinitamente superior ao poder dos traficantes. O que ninguém diz é que há políticos que se omitem, que fazem o Estado retrair-se porque tiram vantagem da ilegalidade. Não falta estrutura para combater a criminalidade. E, se falta, o reaparelhamento está fácil e acessível. O que ocorre é falta de interesse político. O que percebo é que a má vontade parte de todos os lados. Crianças carregando dinheiro dos traficantes dentro das mochilas, porque elas não eram revistadas. A população ajudando os criminosos a fugir. A população fazendo da imagem da polícia um monstro. O povo da favela tem um pacto de cumplicidade com a pessoa do traficante. São todos bons vizinhos. E a sociedade carioca como um todo tem um pacto de mutualismo com o tráfico. Ninguém venderia droga se não houvesse quem comprasse. Fosse eu governador do Estado do Rio decretaria estado de exceção com suspensão das garantias constitucionais, com apoio do governo federal, e chegaria arrebentando, fazendo uma verdadeira limpeza nos morros. Ou rendição absoluta ou execução sumária. O Estado não precisa e nem deve negociar com bandido. O Estado tem que impor e não convidar. As regras de Estado são cogentes, ao administrado, todo administrado, sem exceção, cabe cumpri-las. Amo o trabalho e penso que uma sociedade mal organizada não consegue criar um culto ao trabalho. Enquanto houver conivência das autoridades cariocas para com a bandidagem e enquanto não se moralizar o pagamento aos advogados da defensoria dativa do Estado de Santa Catarina, tudo irá mal, lá porque o vadio é premiado, aqui porque os guerreiros são espezinhados. É preciso facilitar os caminhos dos valentes e endurecer o cotidiano dos molengas.