12/12/10 - DOM: IS 35,1-6A.10 - SL 145 - TG 5,7-10

EVANGELHO João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, para lhe perguntarem: "És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro"? Jesus respondeu-lhes: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim"! Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões, sobre João: "O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que foste ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, é alguém que é mais do que profeta. É dele que este escrito: 'Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti'. Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, de mulher, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele" (Mt 11,2-11).

Não é fácil identificar o Senhor. Daí a pergunta 'És tu?', pergunta fundamental denunciando aquela busca fundamental, pelo sentido, pela salvação, pelo Outro, por Deus. Jesus sabiamente responde remetendo às suas obras: "Eu sou aquele que vês através daquilo que faço". É o primeiro passo para se chegar ao conhecimento de Deus pela contemplação das realidades finitas. O tema do capítulo é o da relação do homem com o Filho do Homem: começa com a dúvida, explode na pergunta e se conclui com a aceitação ou a rejeição. Na verdade, o capítulo 11 é um único discurso sobre Jesus, que convida a sair da ambiguidade e a verificar a própria posição em relação a ele.

Jesus responde à pergunta de alguém que o espera, concluindo com aquela bem-aventurança que contém todas as precedentes (Mt 5,3-11): "Bem-aventurado aquele que não se escandaliza de mim" (Mt 11,6). Isto porque Jesus encarna e concretiza a Palavra pronunciada no monte. Se, é verdade que as bem-aventuranças falam do homem, elas falam ainda mais do Filho do Homem!

A pergunta de João Batista, através de seus emissários, é o ponto de chegada da profecia, seu, 'non plus ultra', expressão latina que significa insuperável. Envolto pela promessa, transportado por ela, aquele que anuncia sabe que ela o surpreende e supera. Por isso, pergunta: 'És tu aquele que há de vir? O profeta da promessa questiona as próprias esperanças para abrir-se à escuta do que o outro diz. Faz a pergunta na humildade para acolher o Senhor na fé.

Nós também devemos ter a grandeza de questionar as nossas certezas, sem confundi-las com a verdade de Deus. Às vezes, damos à impressão de nos sentarmos toda manhã à mesa do café com Deus, com a certeza e tantas as certezas que temos que temos diante das perguntas e dos dramas que afligem a condição humana. João Batista não é um mestre de certezas, mas um garimpeiro da verdade. Questiona-se e põe-se à escuta, pois o Outro é outro. Por isso Jesus o elogia como pessoa autêntica.

13/12/10 - Seg: Nm 24,2-7.15-17a - Sl 24 - Mt 21,23-27

14/12/10 - Ter: Sf 3,1-2.9-13 - Sl 33 - Mt 21,28-32

15/12/10 - Qua: Is 45,6b-25 - Sl 84 - Mt 11,19-23

16/12/10 - Qui: Is 54,1-10 - Sl 29 - Lc 7,24-30

17/12/10 - Sex: Gn 49,2.8-10 - Sl 71 - Mt 1,1-17

18/12/10 - Sáb: Jr 23,5-8 - Sl 71 - Mt 1,18-24