Empresa que não é competitiva internacionalmente não tem como competir no mercado interno, argumentou palestrante
Florianópolis - As empresas de micro e pequeno portes têm mais vantagens competitivas em relação às de grande porte na hora da exportação. Mesmo com o Dólar baixo, essas companhias são mais dinâmicas e conseguem fazer a diferença no mercado internacional por meio da agilidade na hora de adaptar produtos e processos, disse o gerente de inteligência comercial da Apex-Brasil, Marcos Lélis, durante seminário promovido pela Fiesc, na terça-feira. No encontro em que foi lançada a edição 2011 do programa de exportação da Fiesc, o Start Export, Lélis afirmou que a empresa que não é competitiva internacionalmente não tem como competir no mercado interno, pois as diferenças entre os mercados interno e externo vêm diminuindo. Exportar faz com que as companhias do Brasil alcancem vantagens competitivas que funcionam como barreiras às empresas estrangeiras que atuam no Brasil, disse.
EFEITO
Em relação à desvalorização do Dólar frente ao Real, o especialista da Apex afirma que é preciso entender o efeito do câmbio na competitividade da empresa. Se o fator de competição do produto é preço baixo, é preciso de câmbio favorável. Mas, cada vez mais se observa que as empresas que se posicionam no mercado internacional subiram na cadeia de valor dos produtos por meio da diferenciação em marca, design e até mesmo no processo produtivo.
Com isso, o impacto das oscilações do Dólar é menor. "O câmbio não deve ser fator de competitividade da empresa. Ela não pode ser refém de um fator que não é gerenciável por ela. É preciso criar fatores competitivos que isolam a questão cambial, e aí entra a agregação de valor", defendeu o gerente de inteligência comercial da Apex-Brasil.