Rio de Janeiro - O presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Silva Júnior, acredita que o número de cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, poderá acabar sendo reduzido. Atualmente, a expectativa é de que 12 cidades brasileiras recebam os jogos de futebol. No entanto, ele acredita que alguns projetos não terão fôlego para serem levados até o final, com possibilidade de que apenas de 8 a 10 cidades se mantenham como sede.
A Odebrecht Infraestrutura é responsável pelas obras nos estádios de quatro cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador. Na avaliação da Odebrecht, entre as 12 sedes previstas, há estádios que têm problemas estruturais, problemas de licitação e problemas de prazos.
O presidente da empresa considerou natural que, ao encontrar dificuldades, alguém reveja esse processo. "Se tem dificuldades, naturalmente os governos que estão investindo vão repensar isso", disse. Ele afirmou que lugares como Natal, em que a licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU), há grande incerteza sobre o futuro do projeto para a Copa.
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"Você não sabe o que vai acontecer lá ainda. Então, é natural que, se continuar com problemas, como não ter área para implantar o estádio, ou não ter interessado na licitação, que não tenha o estádio. Os que estão em andamento vão continuar."
O presidente da Odebrecht Infraestrutura lembrou que o processo para as obras no Rio Grande do Sul também está incerto. Assim como no Paraná, em que a diferença financeira para modernizar o estádio do Atlético Paranaense não está viabilizada.
"É pouco dinheiro, mas o time não vai colocar. Então, pode haver um problema em Curitiba. E aí vai ter que pegar um outro estádio e começar do zero a modernização e pode chegar à conclusão de que não é viável", explicou.
Entre as obras que a Odebrecht vai implementar, a expectativa é de que o financiamento para as obras da arena na capital baiana, que já foram iniciadas, seja aprovado nesta terça-feira. Nas obras do Maracanã, no Rio, o maior desafio encontrado é a necessidade de cobrir o estádio. Mas a questão do financiamento foi considerada mais simples, já que se trata de projeto do Estado do Rio. As obras em São Paulo devem começar em fevereiro.
"Estamos refazendo o projeto para ampliar a capacidade. O projeto deverá estar pronto no dia 15 de dezembro. Aí aprovaremos com o Corinthians e levaremos ao BNDES para tomar o financiamento. Mas o financiamento será tomado pela Odebrecht, então não haverá problemas", acredita o presidente.
O programa prevê a conclusão das obras no final de 2012. "Se depender do Corinthians, não há chance de São Paulo não receber a abertura da Copa", disse.