Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Desde a edição dos primeiros livros dos economistas mercantilistas até a Revolução Russa de 1917 passaram-se bons 200 anos. Aliás, se foram bons, certamente esta não era a ótica dos trabalhadores. Adam Smith dizia que a mão invisível, o mercado com sua lei da oferta e da procura, iria controlar tudo; o Estado não deveria intervir. Aí veio o comunismo com a tese contrária e o Estado se tornou onipresente, um verdadeiro capitalismo de Estado. Mas quando o comunismo era jovem senhor de 74 anos de idade, ele colapsou. Veio a queda do Muro de Belim em 1989 e a queda da URSS em 1991. Aí então os dois modelos de racionalidade, um assentado na iniciativa privada e outro no planejamento, faliram. Aí vem o filósofo alemão Jürgen Habermas dizendo que o foco não está nem no mercado e nem no Estado, ele está na sociedade civil organizada: ONG's, movimentos sociais, conselhos de classe, associação de moradores, movimentos ecológicos, APA, movimento gay, etc - estes serão os novos atores da dinâmica social. E aí ele propõe a ética do discurso como um instrumento de dirimir arestas, pois se trata de uma ética procedurística e não teleológica. Esta seria a ética a embasar a diplomacia do novo bloco econômico e político, a União Europeia. Ocorre que muitos países estão pensando seriamente em sair do bloco e o Euro está perdendo força. Como se pode ver, o prazo de validade das teorias dos grandes gênios está encolhendo. E olha que reputo Marx superior aos liberais, da mesma forma que reputo Habermas mais sábio do que Marx. Penso que o grande erro de todos os nossos projetos de sociedade é querer montar estratégias pautadas na "razão pura", para usar uma expressão de Kant. Enquanto Jesus Cristo não tiver participação nos nossos projetos dificilmente conseguiremos criar uma base sólida e perene para conduzirmos a pós-Modernidade de maneira sustentável, sob o ponto de vista ecológico, filosófico, econômico, político e humanístico. Nós sempre nos esforçamos para pavimentar acessos amplos proporcionadores de facilitação, mas o Mestre nos ensina que estreita é a porta e também o caminho, e, eu diria, que o caminho, além de ser dificultoso é íngreme e cheio de desafios. Com certeza, no dia em que Cristo desempenhar papel central em nossos projetos eles não sucumbirão tão facilmente.