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O VERDE

Sexta, 03 de dezembro de 2010

O VERDE
Ao contrário do colega Paulo Schwirkowski, que escreve uma coluna sobre flora e botânica na edição online do Evolução, eu nada entendo sobre o verde. Na verdade, eu nada entendo sobre a natureza em geral: árvores, pássaros, peixes, marés e mulheres - coisas bastante belas, mas todas imprevisíveis. Nem por isso eu deixo de estar preocupado com o verde - praticamente uma obrigação para um jornalista de meio ambiente.

Eu deveria me sentir aliviado ao saber que existe uma série de pessoas que também estão preocupadas com o verde. Toda semana acontece um seminário sobre mudanças climáticas. Semana passada estive no Senado acompanhando uma audiência pública sobre isso. Posso garantir que em nenhum momento foi mencionado o caso dos ipês de Minas Gerais, que estão florindo cada vez mais cedo e, talvez, desistam de florir algum dia desses.

O ipê
Brasília é uma cidade geométrica e matemática - ou seja, de difícil poesia. Aqui perto de casa existe uma árvore que a minha ignorância acredita ser um ipê. Essa árvore tem a ousadia de permanecer em pé entre as duas pistas da rua mais movimentada da cidade. Dia desses, sem que ninguém fosse avisado, o ipê resolveu florir. Sua atitude não passou despercebida: houve uma mulher que, diante deste pequeno espetáculo, tomou coragem e estacionou o seu carro. Após descer, atravessou a rua em direção ao meio da pista e lá parou.

Reconhecendo que aquilo não acontecia todo dia, ela pegou uma máquina fotográfica e passou a registrar o momento, em ângulos dos mais variados. Naquele instante, a minha vontade também era fotografar: enquanto carros seguiam rapidamente a ordem natural do mundo, uma mulher no meio da pista fotografava um ipê que havia decidido florir. Talvez ela reconhecesse naquele momento que, em meio a tanto concreto e curvas na capital federal, existe um arquiteto ainda melhor do que Oscar Niemeyer.

Bracatinga
Quando morei na 25 de Julho, havia vários pés de bracatinga nos fundos da minha casa. E havia também outras árvores que ameaçavam cair ou derrubar galhos sempre que os ventos eram muito fortes - e, por lá, eles sempre são fortes. Um dia caiu um galho em cima da antena parabólica. Quanto me mudei, nunca mais tive notícias da bracatinga. Talvez o Schwirkowski escreva uma coluna sobre ela e então eu saiba melhor o que havia de fato lá em casa.

Tive um antepassado que morreu exatamente quando um pé de bracatinga caiu sobre ele. Era o Johann Roesler, ancestral de todos com esse sobrenome em São Bento. Aconteceu o mesmo com várias pessoas na cidade, todas elas surpreendidas durante a derrubada de algum pedaço de mata. O colono Júlio Fischer não morreu, mas ficou aleijado durante toda a vida por causa de uma árvore. Naturalmente, quase nenhuma precaução era tomada.

Naqueles primeiros tempos, os imigrantes causaram grande desmatamento na cidade. "Foi o maior erro que todos nós fizemos", admite Josef Zipperer. Impulsionados pelo desejo de possuir grandes extensões de terra, eles não se preocuparam com a perda da produtividade do solo que estavam causando com o desmate. A Capital dos Móveis, em seus primórdios, queimava suas madeiras - para os imigrantes, de pouca utilidade.

Saudações sustentáveis! 



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