Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Havia dois barcos estacionados na areia. Ora, o lugar do barco é na água. Do contrário disso, o que se vê é desperdício, improdutividade. Com o tempo o barco parado cria ferrugem em decorrência da maresia. Os barcos são nossas vidas, nossos talentos, nossos dons. O barco parado traz à baila o conceito de mente vazia, segundo alguns, oficina do diabo. Jesus escolheu um dos barcos. Ele tinha opções. Mas você foi o escolhido. Jesus entrou em um dos barcos. Isto é o Espírito Santo entrando em você. Se Ele não entrou ainda, deseja entrar. Jesus decidiu utilizar o barco. O barco estava na areia. Existe um trabalho a ser realizado com o barco. Foi Ele quem decidiu utilizar, ninguém ofereceu a Ele. Jesus pediu que afastassem o barco da areia. Do que você precisa ser afastado. Qual sujeira está atrapalhando seu barco. Jesus colocou o barco dentro da água. Ou seja, o barco foi para o lugar certo. A santidade é o lugar certo, o estado certo, a água é o lugar onde as coisas fluem. O barco no lugar certo é usado no reino. Jesus usou para ensinar multidões. Em Lucas 5,4 vemos “vai ao largo e lança as redes”. Vai ao largo: ou seja, vai até o fundo, isto significa que devemos sair de nosso lugar de conforto. Lança as redes: ou seja, devemos fazer nosso trabalho, precisamos exercer nosso trabalho e nosso ministério. Pedro redargüiu: já trabalhamos a noite toda. Esta é a estratégia humana, é o desânimo por conta do fracasso. “Sob a tua palavra lançarei mais uma vez as redes”, diz Pedro. Em Lucas 5,7 vemos que “encheram ambos os barcos”. Foram os dois barcos e não só o de Pedro. Isto nos remete a abençoar ao próximo. Diante disso os discípulos se prostraram diante de Jesus. Isto denota o reconhecimento de sua condição de pecador, a natureza divina de Cristo, que nada os discípulos fizeram por si mesmos. Em Lucas 5,10 vemos “doravante serás pescador de homens”. Doravante: daqui para frente, de hoje em diante, não importa o passado, vale daqui para frente. O ser pescador é uma profissão. Mas o ser pescador de homens não seria uma nova profissão, seria uma mudança radical e integral de vida. Mudança que se estende o tempo todo. Em Lucas 5,11 vemos que Deixaram tudo e O seguiram. Deixaram o barco, isto é, deixaram seu instrumento de trabalho. Deixaram os peixes, fruto do trabalho. Fica patente a mensagem, o desapego aos bens. Fica o questionamento: o que precisamos deixar para trás? Do que precisamos nos desapegar? O seguir é mudança de vida, é aceitação do chamado. Não adiante apenas renunciar às coisas e não o seguir. Caminhando para conclusão, em apertada síntese podemos dizer que precisamos deixar Cristo entrar em nosso barco e mudar nossa história, devemos permitir que Cristo nos utilize, precisamos ir ao fundo e lançar as redes, precisamos encher ambos os barcos, em outras palavras, precisamos ser um abençoador e, por fim, precisamos nos desapegar das coisas e seguir o mestre. Em outro texto que não Lucas vemos que foram pegos 153 grande peixes. Ora, este era o número de espécies de peixe que estavam catalogadas na época, deixando claro que para a totalidade daquele contexto nenhum ficou de fora da rede. O fato de Esaú que vendeu a primogenitura por um prato de lentilhas e Nimrod, o construtor da torre de Babel, serem caçadores diz muito. O caçador conquista pela violência, pela pedrada, ou pela flechada. O pescador conquista pela astúcia, pela artimanha, pela esperteza, esta é a idéia da rede e do anzol. Sinto-me pescado e no dever de agora ativamente atrair mais pessoas para dentro dessa bênção. Paz e bem a todos os leitores.