No Brasil, quase 52 milhões de jovens não concluíram o ensino médio, seja por abandono escolar ou por nunca terem frequentado uma instituição de ensino. O número representa cerca de 18% da faixa etária de 14 a 29 anos.
Os dados são do IBGE e foram apresentados em evento da rede Sesi (Serviço Social da Indústria) no último dia 22, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Especialistas na área da educação e parlamentares debateram a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Maria do Socorro Alencar Nunes, coordenadora geral de Alfabetização da Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, comentou a situação daqueles que sequer foram alfabetizados. “Nós estamos apresentando uma política para aqueles que são os mais excluídos dentre os excluídos, que são as pessoas que ainda não aprenderam a ler e escrever”, afirmou.
A coordenadora disse que programas como a EJA do Sesi, aliados aos dados conhecidos sobre educação, são fundamentais para a criação de políticas públicas para acabar com o analfabetismo no Brasil e elevar a qualidade da aprendizagem em todo o país.
"Um pacto nacional pela superação do analfabetismo não é somente isto. É pela superação da exclusão social. Quando a alfabetização não está presente, quando ela não é um direito, vários outros direitos acabam não sendo garantidos."
No Brasil, há cerca de 9,3 milhões de pessoas não alfabetizadas. As maiores taxas estão no Nordeste e Norte. Maria do Socorro Nunes pontuou, também, a dificuldade de acesso às políticas públicas por parte das populações rurais, ribeirinhas e de menor renda. Há ainda, ao todo, 931 municípios que não ofertam a EJA.
O ex-deputado federal Professor Israel Batista (PSB-DF), ex-presidente da bancada da Educação e articulador político do Todos pela Educação, apontou: “O Brasil tem desigualdades continentais. Se pensarmos que vamos fazer uma política nacional, única para todos, estamos enganados”. Israel Batistou comentou sobre os dados apresentados pela EJA do Sesi. “Este programa tem uma mensagem muito especial: ninguém pode ficar para trás".
A iniciativa teve a maior taxa de conclusão do país e reduziu a evasão escolar. Segundo o gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, Leonardo Lapa, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então, a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informou o gerente do Sesi.
“A indústria um setor econômico que responde por um quarto do nosso PIB e precisa se posicionar efetivamente em prol do país. E vocês têm o Sesi e essa estrutura incrível”, elogiou Professor Israel Batista.
Fonte: Brasil 61