"A indústria não quer benefícios, nem privilégios. Está muito claro que precisamos de condições isonômicas para competir com a produção de outros países, tanto no mercado brasileiro, quando no exterior", disse o presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, que chefia o grupo catarinense.
"A questão é definir o Brasil que queremos", disse o presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau, no debate de abertura do encontro. "Com minério de ferro e petróleo dá para gerenciar a balança comercial. Queremos isso ou queremos estruturar uma indústria forte, que gera empregos de qualidade. Essa é a decisão filosófica que precisamos tomar. Depois o governo conhece as medidas a tomar", afirmou. Gerdau defendeu que o câmbio deve ser flutuante, "mas que o Brasil deve definir quanto capital quer que entre no país".
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, também destacou os impactos da atual taxa de câmbio, chamando atenção para a necessidade de adotar medidas de curto prazo, para que "haja tempo de adotar as de médio e longo prazo" voltadas à competitividade. Como exemplo, ele disse que o Brasil pode questionar aspectos como as questões ambientais e trabalhistas da China.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a indústria brasileira se beneficia do crescimento do mercado interno e dos investimentos em curso no país. "Mas a pressão do câmbio, em decorrência da entrada de capitais, é crucial e as importações estão crescendo. Precisamos de um esforço pela competitividade", afirmou, depois de informar que os investimentos previstos para os próximos quatro anos vão ser de R$ 1,6 trilhão contra R$ 1 trilhão no quadriênio anterior, considerando infraestrutura, energia, petróleo, gás, programa Minha Casa, Minha Vida e o agronegócio.
Conforme Coutinho, as taxas de juros e de câmbio do Brasil destoam dos fundamentos macroeconômicos e o país pode construir um cenário em que os juros e o câmbio permitam condições competitivas à produção no país. Ele também garantiu que a presidente Dilma Rousseff vai priorizar os investimentos em infraestrutura, outro gargalo da competitividade brasileira.