Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
EVANGELHO: "A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. Portanto, ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá" (Mt 24,37-44).
Esse evangelho faz parte do longo discurso de Jesus sobre o 'fim do mundo', que mencionam os vários 'quando'. Os 'quando' que precedem o fim não são senão os vários momentos do tempo presente, que devem ser lidos à luz do futuro (Mt 24,4-28). Nos versículos (Mt 24,29-31), fala da vinda do Senhor e do seu 'sinal'. Nos versículos (Mt 24,34-36), diz que tudo acontece aqui e agora, 'nesta geração', quer dizer em toda geração, só que não se sabe nem o dia nem a hora. É por isso que, imediatamente depois, vêm as parábolas sobre a vigilância e sobre a operosidade fiel e sábia (Mt 24,37-51); as que meditamos aqui trazem as mulheres e homens trabalhando e a do ladrão. Ambos os temas serão retomados e desenvolvidos e Mateus 25, com mais três parábolas: a da vigilância (Mt 25,1-13), a da responsabilidade (Mt 25,14-30) e a do juízo final (Mt 25,31-46).
Aos discípulos que lhe pedem 'quando' será o fim e quais os 'sinais' precursores do julgamento, Jesus responde: "Vigiai! Estai preparados". O 'quando', na verdade, é o prosaico dia a dia em que se desenrola a vida de cada geração. É no quotidiano da nossa existência que Deus está presente, atuante e julgando. No nosso trabalho de cada dia, se decide a salvação ou a perdição, o estar com ele ou estar longe dele, a bênção ou a maldição. A lição é antiga: a vida ou a morte depende de fazer ou não a Palavra, que Ele colocou diante de nós (Dt 30,15-20; Sl 1). O lavrador o sabe há milênios: recolhe-se o que se semeou (Gl 6,8).
Há pessoas que buscam na Igreja paz, tranquilidade, repouso, um estar bem 'zen'. O cristianismo, porém, não é um tranquilizante que faz esquecer o mau presente na ilusão do bem futuro. O cristianismo é uma iluminação, que faz ver a realidade a partir de uma perspectiva diferente. O cristianismo é uma visão nova, que faz assumir a realidade com inteligência e responsabilidade, em vista de um fim positivo, no sentido de meta, objetivo, finalidade. Conscientes do fim, despertos do sono, podemos ler o momento presente e viver como filhos e filhas da luz (Rm 13,11-14).
29/11/10 - Seg: Is 4,2-6 - Sl 121 - Mt 8,5-11
30/11/10 - Ter: Rm 10,9-18 - Sl 18 - Mt 4,18-22
01/12/10 - Qua: Is 25,29-37 - Sl 22 - Mt 15,29-37
02/12/10 - Qui: Is 26,1-6 - Sl 117 - Mt 7,21.24-27
03/12/10 - Sex: Is 29,17-24 - Sl 26 - Mt 9,27-31
04/12/10 - Sáb: Is 30,19-26 - Sl 146 - Mt 9,35-10,1.8-6