Santa Catarina ocupa a 6ª posição no ranking nacional de helicópteros

Alessandra Ogeda | alessandra.ogeda@diario.com.br

Práticos, velozes, fabricados com alta tecnologia e caros, bastante caros, os helicópteros estão caindo no gosto dos executivos mais ricos do Estado. Em dois anos, aumentou em 40% o número de helicópteros registrados em Santa Catarina. As 50 aeronaves que arremetem voo a partir do Estado colocam os catarinenses na sexta posição no ranking nacional de helicópteros.

Com preços que facilmente ultrapassam os milhões — de dólares, reais ou euros —, os helicópteros são vistos por seus donos como uma aquisição muito mais útil e prática do que os carros de luxo. Essas aeronaves agilizam o deslocamento em trechos curtos, tirando empresários e profissionais de intermináveis filas no trânsito e dos cada vez mais frequentes atrasos de voos nos aeroportos.

Por tudo isso, e também porque ficou mais fácil comprar e negociar helicópteros no país, o mercado deste tipo de equipamento está aquecido. Com uma base ainda pequena, Santa Catarina se destacou nos últimos anos, fazendo crescer o número de helicópteros aqui acima do registrado pela média nacional — que foi de 27% no período.

Assista ao vídeo sobre o mercado de helicópteros:



Setor movimentou R$ 400 milhões em 2010

De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o mercado de helicópteros movimentou US$ 400 milhões em 2010, um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. SC tem apenas uma empresa, a Horus, de Joinville, especializada na venda de helicópteros novos, usados e reformados. Mas de olho neste mercado imobiliário, a First Group também vai começar a atuar no segmento.

A empresa com sede em Florianópolis pretende comercializar até 12 helicópteros SW-4, da italiana AgustaWestland, até o final de 2012. Cada aeronave custa cerca de US$ 2,2 milhões.

A exemplo do que acontece com o mercado de carros, no de helicópteros também existe espaço para a venda de novos e usados. Mas diferentemente dos automóveis, os helicópteros não desvalorizam pelo ano de fabricação.

Há modelos mais antigos, bem conservados e que passaram recentemente por uma revisão completa que são encarados como quase novos pelo mercado. Isso acontece porque os helicópteros passam por diferentes revisões periódicas e, normalmente, após 2,2 mil horas de uso, por uma revisão completa em que praticamente todas as peças são trocadas, explica Gustavo Dawidowicz, dono da Gofly Helicópteros, de São Paulo.

 
SC tem apenas uma empresa, a Horus, especializada
na venda de helicópteros novos, usados e reformados

Mercado brasileiro cresceu mais nos últimos anos

Grande parte dos helicópteros que circulam no Brasil é importada. A outra parcela tem origem na única fábrica deste tipo de aeronaves da América do Sul, a Helibras, localizada em Itajubá (MG), e que produz modelos Eurocopter. A fábrica brasileira aumentou as vendas no mercado interno, no ano passado, em 35%.

De acordo com Dawidowicz, o mercado brasileiro está crescendo mais nos últimos anos. Primeiro, porque um número maior de empresas alcançou um nível de faturamento que permite que seus donos e executivos tenham acesso a esse tipo de equipamento. Depois, porque a situação complicada da economia dos Estados Unidos favorece a compra de helicópteros por brasileiros.

— O preço das máquinas fora do país caiu nos últimos anos. Como os Estados Unidos estão em uma fase ruim, os bancos de lá também tornaram as taxas de financiamento mais próximas da realidade dos grandes empresários brasileiros — afirma Dawidowicz.

Entre os clientes da Gofly estão empresários, fazendeiros, cantores sertanejos, donos de resorts e jogadores de futebol. Pessoas que podem pagar a partir de R$ 800 mil em um helicóptero mais "básico" e usado.