Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
O cristianismo, independente à qual igreja o fiel esteja ligado, onde ele congregue, pode ser um fenômeno puramente cultural, ou pode ser expressão de uma profunda convicção interna cujo revelador não é homem ou figura humana. Há pessoas fervorosas e ritualistas em todas as denominações cristãs, sejam elas romanas ou protestantes. Mais importante do que pertencer a esta ou àquela denominação religiosa é o modo como a pessoa encara o Evangelho de Cristo. Pobre daquele que é cristão por tradição. Cristianismo é avivamento, é espírito e não hábito. O cristão que assim se autodenomina tem que fazer das verdades do evangelho as suas verdades. Como diria Paulo, "não sou eu quem vivo, mas é Cristo quem vive em mim". Não que a cultura cristã não seja importante. É - e muito. Mas o que eu quero dizer é que não podemos nos adstringir a ela. Aliás, um fenômeno impactante do nosso tempo é a descristianização da cultura. Os frutos do secularismo já estamos colhendo há muito tempo. Evidentemente, não tem cabimento querermos reimplantar o cristianismo de outrora porque este modelo de cristianismo, que na verdade é um tipo de cristandade, está completamente defasado. Já cumpriu sua missão histórica. Está na hora de evangelizarmos do pequeno ao grande, mas também o grande. Satanás seduz pessoas que ocupam cargos chaves na sociedade e usa estas pessoas para difundir valores malignos. Os cristãos precisam aprender a ser estratégicos e evangelizar os referenciais da sociedade. Porque a sociedade espelha os seus líderes. Não devemos ser apenas pescadores de homens, mas pescador de lideranças, não para nosso engrandecimento, mas para engrandecimento de Cristo que é digno de todos os louvores. "Fazei discípulos". Temos não só a obrigação de vivermos retamente mas ainda de fazer discípulos. Todos nós temos um chamado missionário. Que pode ser no local de estudo, de trabalho, na família, em todos os três e por aí vai. Quem honrar Cristo por Ele será honrado. Quem se envergonhar d'Ele também Cristo sentirá vergonha na mão inversa. É uma pena que Cristo esteja fora de voga nos meios intelectuais. É como se estivéssemos falando de pé de coelho ou saci pererê, Cristo é colocado no mesmo nível da história da carochinha. É lamentável. Como filósofo e intelectual que sou me sinto na obrigação de reabilitar Cristo para o debate filosófico. Porque não há como fechar os olhos para o Sol do meio-dia. Nem a Renascença, nem a República, nem o Iluminismo, nem o Positivismo, nenhuma Revolução, seja ela burguesa ou comunista, terá a capacidade de tirar a Realeza de Cristo. Cristo está acima das nossas filosofias, ideologias ou ciências, ele contém toda a filosofia, toda a ciência, todo o conhecimento. Cristo não é o dono de mais um ismo. Até porque toda forma de cristianismo é uma imagem tosca daquela verdadeira, inexprimível e autêntica imagem que é o Filho de Deus. A vida é a realidade suprema. Mas o cristianismo está acima da vida, porque ele dá a vida enquanto que a vida por si só não nos dá o cristianismo. O desafio nosso é ser um alter Christi movido pelas graças e pelos dons do Divino Espírito Santo. É pelas obras que se descobre se uma pessoa é cristã ou não. Conhecer as Sagradas Escrituras é um passo importante. Tão importante que é muito difícil conhecê-la em profundidade e se esquivar de vivenciá-la, a busca da palavra deve ser uma constante em nossas vidas.