Este era o entusiasmado título de muitas reportagens chamativas, ou apelativas, de algumas décadas atrás. Puro mito. Mas que realmente era grande, sim, isto era, mas não a este ponto. O que se via eram grandes montanhas de tijolos quebrados nos pátios das obras, onde, na reportagem, isto era "convertido" em casas populares, em caso de um melhor aproveitamento.
Claro que o tijolo tem uma característica peculiar, que, além da facilidade em se quebrar (o que diminuiu), e é um material barato em relação aos outros itens de consumo em um prédio, tornando-o alvo fácil de desperdício aparente.
Um dos motivos do desperdício, seja qual fosse o seu tipo, se era um desperdício aparente, ou incorporado à obra em grandes espessuras de materiais, o que realmente o mascarava era a inflação dos preços, pois com a valorização do produto pronto, toda a ineficiência era deixada para trás. Então o custo mão de obra, tornava-se muito pequeno, não sendo significativo em relação a aplicação econômica que um prédio representava, admitindo-se então um verdadeiro quebra-quebra, promovido pela ineficiência de capital humano, apenas para ver a coisa pronta.
Mas a queda da inflação também resultou vários ajustes em outras empresas, não somente ligados ao setor da construção, pois para se ter um produto que agora não se valoriza tão rapidamente assim, ele tem que ser eficiente. Com isso passou-se a olhar com mais valor o que significava o custo da mão de obra dentro do empreendimento, evitando assim os desperdícios, principalmente os retrabalhos que, digamos, é um desperdício duplo. E para ser mais bem aproveitada esta mão de obra também foram exigidos materiais mais eficientes.
Esta história de ajuste não foi somente no setor da construção civil; após a baixa da inflação, todas as indústrias que sofriam do mesmo problema (ou gozavam dele) tiveram que se adaptar. Então, além do setor da construção civil ter que mexer na "própria casa", para ser mais eficiente começou a exigir materiais também normatizados, condizentes com um desempenho melhor que o anterior.
Prova disso que até o grande vilão que era o tijolo melhorou, e muito, o seu desempenho, pois o mesmo já não se quebra mais tão facilmente, e tem dimensões mais constantes, o que facilita o resultado. Ou então o tijolo está sendo substituído por placas mais homogêneas, leves e inteiriças como o gesso acartonado para usos internos ou mesmo painéis de concreto para uso externo (foto).
Isto tudo em nome da racionalização dos materiais e agora também para evitar o uso de mão de obra nos canteiros, pois a mesma depois de sua valorização, está ficando cara demais.