Florianópolis - Na tarde da quarta-feira (25), quando o magistério realizou mobilizações em diversas cidades do Estado, o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) apresentou, no plenário da Assembleia Legislativa, dados financeiros apresentados pelo próprio Governo do Estado, e que mostram a viabilidade de adoção do Piso Nacional, sem mudanças no Plano de Carreira da categoria.
Conforme o parlamentar, somente no primeiro mês deste ano, a arrecadação cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior. E no acumulado do ano o aumento chega a 17%. “Há mais recursos no caixa do Estado, portanto, também para pagar o piso”, disse
Além disso, segundo Padre Pedro, somadas as perdas da educação com a retirada compulsória do Fundo Social e com a inclusão irregular de inativos no percentual mínimo de repasse (25%) ultrapassa os R$ 3,5 bilhões, de 2003 a 2010. “São números incontestáveis e que mostram o quanto é importante que o Governo do Estado reveja sua posição, e abra um diálogo claro com o magistério”, defendeu o deputado.
O parlamentar também questionou a previsão de impacto nas contas do Estado, com a adoção do Piso Nacional e a manutenção do Plano de Carreira. Segundo o governo, seriam gastos mais de R$ 100 milhões por mês para sustentar os reajustes. Porém, Padre Pedro alerta que o gasto do governo com educação em 2010 foi de R$ 2,1 bilhões. “O que o Governo do Estado quer dizer é que gastará cerca de R$ 1,2 bilhão por ano, a mais, com a adoção do Piso. Acredito que o Governo não sabe exatamente qual o impacto do Piso nas contas, já que é impossível que os gastos com educação aumentem em 50% de um ano para outro, apenas com este reajuste”, disse Padre Pedro.
O deputado voltou a solicitar que o governador Raimundo Colombo receba os professores ao retornar da viagem à Europa, e disse ter uma expectativa positiva sobre a postura do líder do Executivo. “É hora do Governo do Estado abrir portas ao diálogo e não buscar o confronto. O Piso Nacional não é uma opção, é uma obrigação já decidida pelo STF”, complementou, lembrando que o não pagamento do piso é uma das heranças negativas do governo de Luiz Henrique da Silveira. “Eles sabiam que deveriam pagar o Piso Nacional e não o fizeram”, observou.