“FAÇA BONITO. PROTEJA NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES”
Porto União - No dia 18 de maio de 1973, a rotina de Araceli, uma menina de apenas 8 anos, foi alterada. Ela não apareceu em casa e seu pai, saiu a sua procura, a menina não estava em lugar algum. Só restou, ao pai Gabriel comunicar a esposa Lola, que sua filha estava desaparecida e que tinha deixado seu retrato em redações de jornais, na esperança de que fosse, realmente, somente um desaparecimento. No dia seguinte, quando foi ao colégio para conseguir mais informações, Gabriel ficou sabendo que a menina tinha saído mais cedo da escola, conforme solicitação da mãe, através de um bilhete.
Lola foi, indiretamente, a causadora do hediondo crime de que sua filha foi vítima. Segundo dados, na sexta-feira, a mando da mãe, a qual segundo relatos era traficante, Araceli tinha ido levar um envelope num edifício na cidade de Vitória – ES, ainda em construção. A menina não sabia, mas o envelope continha drogas. Num dos apartamentos, jovens da alta sociedade se drogavam. Ela chegou, foi agarrada e não saiu mais com vida. O que aconteceu realmente com Araceli talvez nunca se saiba. E talvez, seja bom mesmo não conhecer os detalhes, tamanha foi a brutalidade que o exame de corpo delito deixou entrever, a menina foi espancada, estuprada, drogada e morta.
Seis dias depois do massacre, uma criança encontrou o corpo despido e desfigurado de Araceli. Começou, então, a ser tecida uma rede de cumplicidade e corrupção que envolveu a polícia e o judiciário e impediu a apuração do crime e o julgamento dos acusados por uma sociedade silenciada pelo medo e oprimida pelo abuso de poder. O crime já prescreveu, mas o caso Araceli é uma ferida que nunca cicatrizou completamente, pois ainda desperta medo, revolta e incredulidade.
O caso Araceli chocou tanto o país, que o dia 18 de maio foi instituído como dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, através da Lei Federal nº 9970/00.
A responsabilidade pela proteção da criança e do adolescente é tríplice: a família, a sociedade e o Estado, e, é inadmissível que o horror que cada um sinta, ao presenciar ou saber de atos que atentam contra a integridade física e psíquica de uma criança nos imobilize ao ponto de silenciar, de fingir que não vemos. Desta forma, convocamos a todos os portounionenses, catarinenses e brasileiros a assumir essa responsabilidade junto ao público infanto-juvenil eliminando essas barreiras, para assumirem o compromisso no Enfrentamento da violência sexual promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.
Vamos lutar por uma sociedade que promova as crianças e os adolescentes a vidas dignas e saudáveis. Porto União pode minimizar este problema, só depende de você! Para denúncias, ligue 3522-8747 (CREAS) 3523-4101 (Conselho Tutelar) e disque 100, a Equipe do CREAS conta com você.
A Flor amarela, utilizada como slogan da campanha nesse ano, é símbolo da infância e ao mesmo tempo demonstra a fragilidade de nossas crianças e
adolescentes frente ao abuso e exploração sexual.