Uma das frases mais emblemáticas e - por que não? - realistas da História é do filósofo grego Aristóteles (384 a.C - 322 a.C): "O homem é um animal político". Certamente a política a que se refere o pensador não é esta que nos enoja a cada dia que passa; é bem outra. A relação política existe em vários níveis da convivência. Até para uma pessoa conquistar outra, no campo amoroso, é necessário ser político, afinal são necessários argumentos que também estão além dos atributos físicos. A velha política da boa vizinhança é outro exemplo. Aliás, exemplos é que não faltam. Um funcionário que se destaca só consegue sua promoção se também for um bom político. Um técnico de futebol, idem. A política partidária, embora recheadíssima de mazelas e defeitos, é uma realidade necessária.
Até agora nem o mais feroz dos críticos deste sistema apresentou uma alternativa viável, capaz de levar representantes da população ao poder através do voto direto. As pessoas precisam se acostumar que temos eleições - e ponto final. Quem ocupa os cargos de presidente, governadores, deputados federais e estaduais, senadores, prefeitos e vereadores não são generais escolhidos por militares; são pessoas que, de uma forma ou outra, candidataram-se e submeteram-se ao voto popular. Ano que vem teremos mais uma eleição municipal. Bem ou mal, quem escolherá a pessoa que comandará os destinos do Município de 2013 a 2016 será a própria população. Devemos começar a pensar nisso desde já, para que não caiamos em outra filosofia profunda: "O pior analfabeto é o analfabeto político" (Bertold Brecht).