...mas somente alguns poucos permanecem até o fim de suas vidas
- - Por Mario Rank, de Corupá/SC - -
Todos os homens nascem bons e honestos, mas somente alguns poucos permanecem bons e honestos até o fim de suas vidas. Entre esses poucos homens bons e honestos existiu um muito especial: Pedro Rank (foto) era o seu nome, nascido em Rio Vermelho Povoado a 01/08/1915, município de São Bento do Sul/SC.
Seus filhos Mario, Odete, Waldir, Edite, Rita e Jane, hoje todos na meia idade, se orgulham muito por tê-lo como pai, pois legou a eles o exemplo inequívoco de um grande homem bom e honesto.
Ele não admirava as pessoas importantes ou poderosas e nem dava atenção aos dignos e capazes, porém, conhecia-os profundamente. Para ele, os governantes eram como os ramos mais altos de uma árvore e o povo, as folhas. Era honesto e decente, sem imaginar que isso era cumprir com o seu dever. Por não enganar ninguém, ele desconhecia o que era ser um homem de confiança. Era bom para consigo mesmo e não sabia que isto se chamava amor ao próximo.
Doar e receber
Viveu para doar e receber livremente, ignorando que essas atitudes são as de um homem de bom coração. Ele não se preocupava com os seus interesses pessoais e não desprezava os que se preocupavam com os de cada um. Não lutava e nem se excedia para ganhar dinheiro, porém não fazia da pobreza uma virtude. Ele seguiu sozinho o seu caminho, sem se apoiar em outros e disso não se orgulhava. Não seguia a multidão, não criticava e nem julgava aqueles que a seguiam; posição social, altos cargos, ostentações, honrarias e recompensas não o atraíam. As desgraças e a vergonha não eram empecilhos para as suas decisões; não olhava para o que estava certo, porque sabia que dos erros e dos enganos nascia a firme convicção das suas certezas.
Talentos e sucessos
Não tinha medo de ficar a sós com suas opiniões e nem sofria nenhuma contrariedade se os seus planos ou conquistas falhassem; tampouco se congratulava com os seus talentos e sucessos. Dormia sem ter sonhos e acordava sem preocupações; seus alimentos eram simples, nutritivos e muitas vezes frugais; tinha uma fronte limpa, faces serenas e uma mente livre com pensamentos distantes; evitava as pessoas arrogantes, egoístas, corruptas, fanáticas e agressivas para que o seu ser não fosse perturbado e, se tentassem acuá-lo ou agredi-lo, ele fugia pelo alto, usando o balão da elegância inocente, que o ajudava a voar por sobre as torres da indignidade, da injustiça e da ignorância.
Não tinha medo da morte; sua chegada a esse mundo foi sem alegria, sua saída foi sem resistência, não esqueceu de onde veio e nem perguntava para onde ia. Era feliz, porque aceitava a vida como ela era; despreocupado, porque aceitava a morte como ela se apresentasse. Cultivou até o último dos seus momentos a honestidade absoluta, mesmo quando estava sozinho. Os seus feitos não são ditos e nem serão escritos, para não serem lembrados, pois ele, mais do que ninguém, soube gerar e aperfeiçoar silenciosamente dentro de si mesmo a imagem reluzente do bom homem que ele sempre foi. Seus filhos permanecem postados em posição de reverência diante da sua mágica presença.