Joinville - Durante visita ao Hospital Municipal São José, na tarde da terça-feira
(10/05), a promotora Rosemary Machado da Silva, da Promotoria de Cidadania
do Ministério Público-SC, disse ter constatado o descumprimento de uma
ordem judicial - o não cumprimento da liminar do juiz Renato Roberge que
proibia greve na área de Saúde em Joinville. "Houve um desrespeito ao juiz
e ao cidadão", avaliou.
Acompanhada do diretor-presidente do São José, Tomio Tomita, e do diretor
clínico, Luiz Carlos Ferreira, a promotora visitou dependências do
hospital, incluindo o pronto socorro e o centro cirúrgico, que mantinha em
funcionamento apenas uma de suas seis salas. No final da visita, a
promotora solicitou à direção do Hospital a lista dos 69 servidores da
unidade que não compareceram ao trabalho nesta terça-feira para "tomar as
medidas cabíveis".
A promotora também orientou à direção do Hospital a abrir imediatamente
processo administrativo contra todos os servidores grevistas. Ela lembrou
que o Hospital São José já enfrenta dificuldades atuando com seu quadro
completo e que esta situação só agrava os problemas. "Toda pessoa que se
sentir prejudicada pelo falta de atendimento em função da greve, deve
procurar o Ministério Público", aconselhou a promotora. "Existem setores
que não podem parar", reforçou.
Com o quadro de funcionários reduzidos drasticamente, Tomio Tomita não
escondia sua preocupação com relação ao atendimento na unidade. A direção
clínica foi obrigada a suspender cinco cirurgias de pacientes com câncer -
todas de urgência - que estavam programadas para esta quarta-feira (10/5).
Dos 69 servidores que não compareceram ao trabalho, 43 são técnicos de
enfermagem.
A direção estuda alternativas para manter o Hospital em funcionamento.
Está sendo avaliada a possibilidade de contratação de funcionários em
regime de caráter temporário emergencial, conforme possibilita a
legislação. Já existe uma lista com base no último processo seletivo para
a contratação de servidores temporários.