Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)
Advogado
Filósofo
Jornalista (DRT 3792/SC)
Abraão já era velho e fez seu mais velho servo pôr a mão debaixo de sua coxa e jurar que iria tomar uma esposa da sua família para seu filho. Como quem diz, que isto se cumpra eu estando vivo ou morto. Então este servo voltou para a terra donde saíra Abraão e chegou a um poço. O servo em seu íntimo assim falou com Deus: aquela moça a quem eu pedir água e ela oferecer água a mim e a meus camelos, este será um sinal de que ela é a moça certa para o filho do meu senhor. Ali estava uma moça tirando água do poço e o servo lhe diz: “dá-me de beber” e ela lhe serve. Ainda diz “deixa que eu dê água aos seus camelos também”. Partindo do pressuposto de que cada camelo ingere em média 70 litros d’água e que eram 10 os camelos ela teve que trazer à superfície 700 litros d’água. Na ânfora cabiam 5 litros. Ou seja, foram 140 viagens para saciar a sede dos camelos de um homem que ela sequer conhecia. O servo foi então até a casa de Betuel e contou ao pai da moça do propósito que havia feito com Deus e de como tudo dera certo. Betuel e Labão, pai e irmão de Rebeca disseram: “esse negócio só pode ter vindo de Deus”. O pai de Rebeca lhe pergunta: “queres ficar mais uns dez dias conosco para se despedir?”. E ela responde: quero ir imediatamente. O noivado entre Isaque e Rebeca simboliza o noivado entre Cristo e a Igreja. O texto bíblico diz que Rebeca era formosa e virgem. A Igreja é bela enquanto imagem e semelhança de Deus e deve sempre procurar resguardar esta pureza. O Reino de Deus tem urgência: Rebeca não deixou para depois, mas foi ao encontro do noivo o quanto antes. Quando Rebeca estava chegando ela cobriu-se com um véu: ou seja, precisamos ter reverência diante de Deus e não tratar a Deus como se Ele fosse um empregado nosso. Mas há outras características que gostaríamos de destacar: Rebeca foi serva, ela serviu ao amo do seu noivo sem o conhecer e foi humilde. Quando ela chegou ao encontro de Isaque desceu do camelo e ficou no mesmo plano que ele ou até mais baixo. Rebeca foi hospitaleira: acolheu o servo daquele que mais tarde tornar-se-ia o seu sogro. Nós enquanto Igreja somos convidados a difundir e praticar esta hospitalidade. A Nova Aliança tem de ser mais perfeita que a mais Antiga. Mas quão belas são as páginas do Antigo Testamento que nos brindam com belíssimas histórias verídicas de valor teológico e exegético fenomenal. A verdade é que nossos avós e bisavós sabiam conviver com seus semelhantes de uma forma muito mais harmoniosa e sábia do que nós. Desaprendemos a conviver uns com os outros. Além de ser uma prefiguração do noivado entre Cristo e a Igreja, o noivado entre Isaque e Rebeca é um exemplo até o presente dia de como deve ser o relacionamento entre os pares do casal. Abraão queria que seu filho se casasse com uma moça da sua família porque as moças estrangeiras não partilhavam da mesma verdadeira fé no Único e Verdadeiro Deus Iaweh. No versículo 67 do capítulo 24 do Livro do Gênesis diz que Isaque “amou-a”. Que as esposas possam ser Rebecas para seus maridos e que os maridos possam ser Isaques para suas esposas. Elas sendo hospitaleiras e atentas para com eles e eles amando e honrando seus compromissos para com elas. Que possamos ter o hábito da leitura das Sagradas Escrituras, palavra esta que nos lava e nos orienta, que a união entre os casais seja tão perfeito quanto a união entre Isaque e Rebeca, que nós enquanto Igreja de Cristo saibamos não desapontar o noivo, porque Ele é o desejado, Ele nos dará um sobrenome, seja ele, “cristãos”, Ele nos dará um herança, a vida eterna, nos amará com todas as forças e nos fará felizes, amor este que chega ao total esgotamento no lenho da cruz. Uma semana abençoada para os meus leitores, amém.