Florianópolis - Amarrado aos compromissos da tríplice aliança, o novo governador não conseguiu fixar uma diretriz mais produtiva e realista para as polêmicas Secretarias Regionais. Até dentro do Centro Administrativo, a manutenção destas 36 secretarias está sendo contestada. Tem assessor sugerindo que no próximo ano sejam reduzidas para apenas 20. Outros, que sejam totalmente reestruturadas. O fato é que no atual governo ficaram mais politizadas. Transformaram-se em agentes dos diferentes partidos da aliança, com a substituição das nomeações técnicas por apadrinhados políticos.
Raimundo Colombo não teve problemas na Assembléia. Conta com 31 deputados respaldando seu governo. Nas oposições, apenas 9 deputados, sendo 7 do PT, mais Amauri Soares(PDT) e Angela Albino (PCdoB). A exemplo do que ocorre no plano nacional, com tendência acentuada dos partidos da coalizão tornando-se um único núcleo de apoio, em Santa Catarina também não há uma oposição consistente para fiscalizar, exigir mais transparência e lutar pela população. Se lá o DEM e o PSDB ficaram sem discurso, por cisão interna, incompetência e ação eficiente do PT e seus aliados, aqui as oposições também tiveram atuação limitada.
São dois cenários distintos, mas identificados pela mesma fragilidade que acaba debilitando a representação política e as reivindicações dos catarinenses. Por isso mesmo, as questões mais graves de interesse público na área de infra-estrutura ganham manchetes nos jornais, mas merecem até um certo desdém dos responsáveis. Lembra o deputado Amauri Soares que o Contorno de Florianópolis” da BR-101 é a principal obra da micro-região. Está no contrato como obrigação da Auto Pista Litoral Sul. Audiências públicas foram realizadas na Assembléia Legislativa e na Câmara de São José. Não apareceu ninguém da ANTT, do Ministério dos Transportes, da concessionária e das empreiteiras. Não aparecem e nem dão satisfação. Porque sabem que nada vai acontecer. O que a oposição, debilitada, diz não tem ressonância. E os que estão no poder também não se sentem acuados a operar com mais eficácia.
Também por isso, a duplicação da BR-101 se arrasta, a da BR-470 só começa em 2012, a tabela do SUS não é reajustada, a infra-estrutura se deteriora, os hospitais agonizam e a criminalidade aumenta .