Sinalização para alta em 2012 foi feita pelo diretor técnico da Celesc Distribuição em reunião da Câmara de Energia da FIESC, na quinta-feira
Florianópolis, 28.4.2011 - Em reunião da Câmara de Energia da FIESC, naaquinta-feira, dia 28, o diretor técnico da Celesc Distribuição, Cleverson Siewert, afirmou que em 2012 haverá revisão tarifária e que isso "deve significar" aumento da tarifa de energia elétrica para os consumidores. Em sua apresentação, ele destacou que a tarifa brasileira é a terceira mais cara do mundo e que 80% do valor não é gerenciável pela distribuidora, já que as regras são estabelecidas pelo governo federal.
O presidente da Câmara de Energia, Albano Schmidt, afirmou que a indústria recebe a notícia com "muita apreensão". "Quando se fala em revisão tarifária a tradição do sistema é de aumento. Reajuste na tarifa de energia elétrica impacta 100% das indústrias do estado", disse. Ele lembrou que as empresas já estão sofrendo com a desvalorização da taxa de câmbio e com a infraestrutura deficiente e que um aumento da energia afeta a competitividade das empresas, já que o reajuste teria que ser repassado ao preço dos produtos. A indústria representa 35% do consumo de energia da Celesc.
Para Schmidt, parte desse aumento que poderá ocorrer está relacionado ao fato de a Celesc ter pouca geração própria de energia. "É preciso incentivar a empresa para se tornar grande geradora", ressaltou.
Hoje, a Celesc tem doze Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que geram 82,6 megawatt de energia. Durante apresentação, o diretor técnico da Celesc Geração, Michel Becker, disse que o grande desafio está na geração, pois a empresa tem um potencial relativamente pequeno em relação à demanda do mercado catarinense. Segundo ele, há projetos para ampliação do parque atual. A idéia é acrescentar mais 131 megawatt nos próximos anos. Becker disse que para a realização dos investimentos são necessários recursos de bancos de fomento, as licenças ambientais e, a parte que ele considera mais demorada, a aprovação dos projetos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Na reunião, o presidente da SCGás, Altamir José Paes, afirmou que a empresa planeja investir R$ 50 milhões em 2011. Até 2015 a previsão é de R$ 300 milhões. Os recursos serão usados para ampliar a rede distribuição para 1,3 mil quilômetros (hoje não chega a mil), além de aumentar os clientes industriais dos atuais 200 para 350.
O diretor técnico comercial, Walter Fernando Piazza Júnior, falou que nas regiões em que a SCGás ainda não está presente, como no Oeste, a companhia estuda a viabilidade de geração de energia a partir de dejetos suínos. A empresa assinou protocolo de entendimento com a Sadia e a Biogastec do Brasil para realizar os estudos.