Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Primeiro uma parábola que Jesus conta, o objetivo é claro: “a necessidade de orar sempre”. A segunda parte é a explicação da parábola e o objetivo é a necessidade de manter a fé. Toda a passagem está dentro de um contesto do dia do Filho do Homem. Faz parte da resposta à pergunta feita pelos fariseus em Lucas 17,20 sobre quando chegaria o Reino de Deus. A vinda de um mistério e devemos estar sempre preparados e vigilantes. Lucas contrapõe personagens opostos: homens versus mulheres em muitos relatos; o rico e o pobre Lázaro; o fariseu e o publicano.
Na parábola temos um exagero: um juiz iníquo que não teme a Deus. Dele não se pode esperar nada, sobretudo quando o pedido de uma das categorias mais frágeis da sociedade da época: a viúva pobre. Órfão e viúva, junto com o estrangeiro, formam a tríade social que recebe atenção das normas jurídicas do Antigo Testamento e por isso são as categorias sociais que mais recebem a atenção da parte de Deus. O Senhor o “Pai dos órfãos e protetor das viúvas”.
O salmista pede a justiça do Senhor contra os ímpios que massacram o povo e “matam a viúva e o estrangeiro e assassinam os órfãos”. A Carta de Tiago recordará que religião pura diante de Deus Pai é aquela que “socorre os órfãos e as viúvas nas suas aflições”. A viúva pede o que lhe é de direito: clama por justiça! Mesmo que o juiz seja iníquo, fazer justiça é a sua tarefa, mas ele não escuta o pedido da viúva por muito tempo. Será a insistência da viúva que irá modificar a atitude do juiz. O juiz age por interesses pessoais, para não ser mais importunado pela pobre viúva, ele faz justiça a ela. Se o juiz que é iníquo, que não teme a Deus é capaz de atender aos apelos da viúva, quanto mais nosso Deus que é bom, que escuta o clamor dos pobres será capaz de atender os nossos pedidos.
Assim, é nosso Deus, Ele nos defenderá, porque Ele defende os seus, Ele faz justiça aos seus eleitos que clama a Ele. O juiz da parábola não tem nada a ver com Deus, porque é juiz desonesto e não é praticante de nenhuma religião. Mas é a comparação de uma ação do juiz que interessa a Jesus. Se o juiz, que não teme a Deus, atendeu o pedido da pobre viúva, quanto mais nosso Deus! Nosso Deus já revelou no Êxodo que faz justiça e que escuta os gritos do seu povo. Os escolhidos por Ele podem ficar certos: Ele fez e continuará fazendo justiça! A pergunta de Jesus não é para colocar duvidas, mas para que os discípulos missionários reflitam sobre a perseverança na oração. É claro que quando vier o Filho do Homem vai encontra fé se houver aquela comunidade, Igreja, fiel que persevera, que ora continuamente.
O Apóstolo Paulo pediu isso aos romanos “sede alegres na esperança, perseverantes na tribulação, assíduos na oração”. A fé é desejo de encontrá-lo e vive da invocação: “‘Maranà tha’: Vem, Senhor”. O texto nos ensina que devemos orar sempre. É certo que Jesus nos ensinou que devemos pedir que, seja feita a sua vontade e não a nossa. Nós devemos rezar “Venha o teu reino”. É o coração da oração de Jesus, pois o Reino de Deus é dom de Deus! E nós devemos acolher o Reino de Deus; nós devemos esperá-lo e pedi-lo!
Alguns biblistas veem na figura da pobre viúva, a figura da Igreja. Jesus lhes foi tirado, na cruz, mas Ele vem, Ele retorna, Ele deve ser esperado, Ele virá para dar sustento à sua Igreja. A vinda do Reino de Deus deve ser sempre fruto da oração. Devemos pedir, suplicar e, como Jesus, orar para que venha o seu Reino. Deus não pode ser alguém insensível que não escuta o clamor de uma viúva. Ela é um ser frágil, desprotegido, não tem mais o seu marido. Sua confiança está em Deus!
17/10/16 – Seg: Ef 2,1-10 – Sl 99 – Lc 12,13-21
18/10/16 – Ter: 2Tm 4,10-17b – Sl 144 – Lc 10,1-9
19/10/16 – Qua: Ef 3,2-12 – (Is 12) – Lc 12,39-48
20/10/16 – Qui: Ef 3,14-21 – Sl 32 – Lc 12,49-53
21/10/16 – Sex: Ef 4,1-6 – Sl 23 – Lc 12,54-59
22/10/16 – Sáb: Ef 4,7-16 – Sl 121– Lc 13,1-9
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