18 de setembro de 2016 Dom Dom: Am 8,4-7 – Sl 112 – 1Tm 2,1-8 – Lc 16,1-13

  
  Neste, 25º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas 16,1-13, apresenta uma parábola contada por Jesus com relação ao uso dos bens terrenos, mas engana-se quem pensa que Jesus falará somente de dinheiro!

A cena narrada por Lucas se desenrola em torno daquela mesa onde Jesus come com os pecadores. Após ter revelado aos ‘justos’ que censura o coração do Pai, revela aos discípulos missionários o justo uso dos bens deste mundo. O tema do capítulo 16 é justamente esse: a gestão correta da vida, em última instância, para chegar à vida eterna.

É nesse sentido que é inserida a parábola do administrador astucioso, que responde à pergunta: o que ‘fazer’ para tornarmos misericordiosos como o Pai? A parábola começa apresentando o personagem principal: um administrador dos bens de um homem rico. A administração dos bens de alguém era uma profissão muito comum, especialmente nas grandes fazendas que estavam na região mais fértil da Palestina, a Galileia.

Presta contas da tua administração: O administrador é chamado por seu senhor para prestar contas, uma vez que tinha sido denunciado por esbanjar os bens que havia sido confiados. O senhor ameaça tirar-lhe o seu emprego. Esse tipo de administrador geralmente tinha bastante autonomia com relação aos bens do patrão e não recebia um salário restrito. Seu lucro era feito a partir da aplicação do dinheiro que tinha em mãos, geralmente emprestado a outros com altos juros, que garantiam um rendimento significativo ao administrador.

Diante da ameaça sobre seu emprego, o administrador mostra uma posição inteligente. Ele vê um grande problema diante de si, mas pensa no que é mais plausível para sair dessa situação. É uma grande chance para ressignificar sua vida e escolher fazer outra coisa que não a exploração do capital e do trabalho das pessoas que precisavam de empréstimos. Ele usava o dinheiro alheio para enriquecer. Uma vez que não está capacitado para outro trabalho e tem vergonha de mendigar, terá que optar alguma manobra sombria que continue fazendo mal a outros ou a uma atitude que tire seus lucros pessoais.

O administrado chama os devedores e lhes oferece uma diminuição significativa de seus débitos: a um, oferece 50% de desconto e a outro, 20%. O único prejudicado seria o administrador, em curto prazo, já que manteria o seu emprego. Ainda assim ele não se tornaria desonesto com seu patrão, pois não tocaria no patrimônio que lhe tinha sido confiado. Tornava-se ‘bondoso’ diante dos devedores que viam suas dividas diminuídas e fazia amigos que lhe pudessem ajudar, caso o patrão cumprisse a ameaça de demissão.

 O centro de Lucas 16,1-9 é o elogio do administrador e o convite a agir como ele. A lição da parábola é que os bens materiais devem ser administrados pelo que são, na sua natureza de dom. O humano não é senhor de nada; se tem alguma coisa, é porque recebeu como dom do Senhor. Lucas sabe que o que acumulamos é fruto de alguma injustiça: não acumulamos por amor a Deus e ao próximo!

O discípulo missionário, que encontrou o único Senhor e o tesouro do Reino de Deus, é chamado a viver segundo um critério oposto ao do egoísmo. É isso que é preciso fazer: os bens deste mundo são um dom do Pai e devem ser compartilhados com os irmãos. Se é bem é dom na origem, deve sê-lo igualmente na destinação! Entre o grupo de essênios que morava em Qumran, era comum falar dos ‘filhos da luz’ que deviam se separar dos ‘filhos das trevas’. Eles haviam decidido ir para as margens do Mar Morto para fugir do mundo e viver em uma comunidade. Talvez aqui encontramos um chamado de Jesus para que os cristãos não escapem do mundo, mas estejam dentro dele.

19/09/16 – Seg: Pr 3,27-34 – Sl 14 – Lc 8,16-18

20/09/16 – Ter: Pr 21,1-6.10-13 – Sl 118 – Lc 8,19-21

21/09/16 – Qua: Ef 4,1-7.11-13 – Sl 18 – Mt 9,9-13

22/09/16 – Qui: Ecl 1,2-11 – Sl 89 – Lc 9,7-9

23/09/16 – Sex: Ecl  3,1-11 – Sl 143 – Lc 9,18-22

24/09/16 – Sáb: Ecl 11,9-12-8 – Sl 89 – Lc 9,43b-45

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