O delegado da Comarca de São Bento do Sul, Ricardo Casarolli, além de corajoso, foi muito feliz em sua entrevista ao Evolução, nesta semana (leia nas páginas 9 e 10). Corajoso porque não é comum autoridades darem declarações públicas como as que ele deu, criticando o Estado pela "total falta de respeito" com a população da região. Normalmente o que se ouve de autoridades, de qualquer área, é um jogo de “diplomacia” e de obscuras afirmativas, normalmente com o objetivo de protegerem a si próprios. O delegado foi claro e taxativo, o que é uma boa nova. Feliz porque assumiu a responsabilidade de, sendo um ente público, demonstrar que está preocupado com a transparência, com a realidade, enfim, com a população. Outra coisa: o delegado também frisou a importância da mobilização política e da própria participação popular para reivindicar benefícios para a sociedade.
Poderíamos acrescentar que, sendo uma das cidades mais ricas de Santa Catarina, temos a sensação de que São Bento do Sul está sendo assaltada pelo Estado. O grifo é nosso! Somos grandes contribuintes com impostos, temos uma grande arrecadação que engorda os cofres estaduais, mas não somos retribuídos com obras na mesma proporção. Muitas vezes sequer somos ouvidos. Quando muito, enrolados pelo governo - que, aliás, sabe enrolar muito bem. É uma de suas especialidades, diga-se de passagem. Em detrimento aos interesses coletivos, ao bem estar da comunidade, prevalecem os cabides de emprego e as negociatas de praxe, tudo em nome do benefício próprio. É simplesmente vergonhoso - para nós, moradores de Santa Catarina, um dos Estados mais ricos do país - estarmos desamparados em algumas questões fundamentais, como a Segurança Pública, para não entrar em outras áreas. Até quando?